A PSIQUE UNIVERSAL: Um Paralelo entre as Teorias do Inconsciente Coletivo, da Não-localidade Quântica, e dos Campos Morfogenéticos.
RESUMO:
Este artigo tem como finalidade traçar as áreas convergentes, entre as teorias elaboradas pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, o biólogo inglês Rupert Sheldrake, e o físico indiano Amit Goswami, e defender a posição de uma psique universal. Essas três teorias estão apoiadas na ideia de que estaríamos ligados em um tipo de rede. A qual teria um movimento interdependente e sua atuação apresenta uma representação psíquica, física e quântica. Procuramos definir a forma de integração da psique individual com a psique coletiva, considerando: O pensamento e emoções do indivíduo, atuando no inconsciente coletivo.
Palavras Chave: Psicologia, Biologia, Física, Inconsciente Coletivo, Campos Morfogenéticos, Não-Localidade Quântica.
Introdução
Este trabalho tem como objetivo, a partir de uma revisão bibliográfica, traçar um paralelo entre as teorias do Inconsciente Coletivo Junguiano, os Campos Morfogenéticos de Sheldrake, e a Não-localidade Quântica do teórico Goswami ao utilizar, também a física quântica para ilustrar a dinâmica das teorias relacionadas. As manifestações comportamentais: culturais e científicas, podem acontecer em diversos lugares ao mesmo tempo e sem que exista comunicação conhecida entre as pessoas envolvidas. Esse fenômeno tem sido reconhecido e estudado ao longo do tempo em várias áreas da ciência. A ideia de “inconsciente coletivo e da sincronicidade” de Jung, pode explicar através de um viés psicológico o chamado Zeitgeist, o “espírito do tempo”.
Ao traçar-se um paralelo com outros teóricos e vislumbrar-se outras áreas do conhecimento encontram-se as teorias dos campos morfogenéticos e a ressonância mórfica do biólogo inglês Sheldrake. Por outro lado, a não localidade quântica, teoria da física quântica, corrobora com a possibilidade de um inconsciente coletivo. Para a física quântica a Consciência não é local. As consciências individuais estariam ligadas a uma única fonte, como um modelo de rede. O físico Amit Goswami, em seu livro O médico quântico, define a não localidade quântica como semelhante à Sincronicidade Junguiana. Depois de definido o padrão coletivo, como o ponto gerador da existência de todos os indivíduos, busca-se esclarecer como se dá a troca entre o padrão coletivo e o individual. Este fenômeno coletivo-individual acontece não só no campo psíquico, mas também no genético e no quântico. Teríamos uma ressonância de pensamentos e idéias segundo Mikosz, que produziria sensações, pensamentos, sentimentos. A idéia deste artigo é de clarificar o padrão de interferência desta, que definimos como a “Psique universal”, no campo pessoal e, no campo do coletivo, através dos seus vários aspectos: físico, psíquico e social. Esta explanação teórica define a consciência como um único organismo e suas várias manifestações.
A EXISTÊNCIA DO INCONSCIENTE COLETIVO
As cognições sincrônicas que se manifestam em culturas e lugares diferentes parecem contar com uma comunicação intrínseca e coletiva, ou algum tipo de informação armazenada, uma psique universal. Para Jung a camada mais profunda do inconsciente, é aquela do inconsciente coletivo, e diferencia-se do inconsciente pessoal por não ser originário da experiência pessoal, não tendo sido, portanto, construído a partir das experiências pessoais, a qual subjaz nos limites da inconsciência.
“Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e, no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e, portanto não foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas á hereditariedade” (JUNG, 1976, p. 53).
O estudo do inconsciente coletivo permanece pouco estudado ou até mesmo renegado pelos profissionais da psicologia e ciência em geral, e não houve o resgate dos arquétipos, difundido por Jung na teoria do inconsciente coletivo.
“Simplesmente porque tínhamos uma forma religiosa para todas as coisas da alma – muito mais bela e abrangente do que a experiência direta. Se a visão cristã do mundo esmaeceu para muitos, as câmaras dos tesouros simbólicos do Oriente ainda repletos de maravilhas podem nutrir por muito tempo ainda o desejo de contemplar, usando novas vestes. Além do mais, estas imagens.” (JUNG, 1976, p. 19).
O inconsciente coletivo de Jung apresenta um conceito de universalidade, formas e representações arquetípicas e arcaicas. O inconsciente do indivíduo seria composto de inconsciente pessoal e coletivo. O arquétipo não tem forma, e a sua representação se realiza a partir de um espírito coletivo, atuando sobre a manifestação individual. Assim como na teoria dos campos morfogenéticos de Sheldrake, existe uma raiz que é o potencial em si para que uma ideia, uma atitude, um comportamento ou mesmo uma manifestação genética se realize e se concretize.
“(...)o arquétipo representa o elemento autêntico do espírito, mas de um espírito que não se deve identificar com o intelecto humano, e sim com o seu spiritus rector [espírito que o governa]. O conteúdo essencial de todas as mitologias e religiões , e de todos os ismos é de natureza arquetípica.” (JUNG, 2000, p. 143).
A sincronicidade apresente-se como dinâmica psíquica universal, um padrão de comportamento e ideias sincrônicas que partem de locais diferentes. Para ele, o inconsciente seria um depósito de todo material psíquico que subjaz ao limiar da consciência. Segundo a teoria Junguiana, o inconsciente nunca se encontra em repouso ou inativo, ele capta todas as experiências vividas pelo individuo. O inconsciente coletivo, local de depósito de todas as experiências vividas por uma espécie, é uma base estrutural inata que precede a existência e serve como raiz, e então interage com o inconsciente, aquele pessoal.
O inconsciente coletivo é a camada mais profunda do inconsciente, onde se dá o acesso às representações universais arquetípicas. Seguindo esta linha de pensamento a consciência pessoal é mais ou menos um segmento arbitrário da psique coletiva. Jung cita a “Persona” como o caráter arbitrário da psique coletiva, ”A que parece ser”, a máscara social. Ela é o compromisso entre o individuo e a sociedade. A persona se desfaz na escolha individual, o que o individuo define como seu, dentro do padrão coletivo. A função da persona seria de criar uma identificação com um padrão psíquico (através de imagens e comportamentos) que tem como objetivo estruturar o Ego, ou dar forma. Só é possível ao individuo pertencer ao mundo, se ajustar à sociedade, através da sua máscara social.
A EXPERIÊNCIA PESSOAL NO COLETIVO
A mente individual experiência a imersão no coletivo. Mikosz apresenta uma proposta para o acesso ao inconsciente coletivo, o qual consiste em captar através dos sentidos uma espécie de inteligência coletiva. Ao interagirmos com o mundo os nossos padrões de pensamento e a nossa genética é alterada. Como no conceito de Dasein, o ser no mundo se constitui com o outro. Dasein é a ideia que Heidegger tem de ser humano baseado nesta condição, cuja identidade é a própria história e a relação com o outro.
“Os sentidos, diante das nossas ideias, parecem tão limitados, será que estamos imersos e em contato com algo não tão óbvio como o mundo percebido pelos sentidos”?... São formas de contato com algo além dos cinco sentidos? Então nossa mente pode ser influenciada por essa imersão no coletivo? (MIKOSZ, 2007, p.2).
O questionamento de Mikosz nos possibilita imaginar o que seria a ecologia do ser, ou o conceito de autorregulação. A porta de entrada do mundo são, então, os sentidos que interagem com as representações arquetípicas universais e atuam como base estrutural da psique. Outro ponto interessante é a possibilidades de captação das experiências do mundo em seus vários aspectos. O consciente recebe estas informações através das sensações e converte isso em um comportamento padrão por observação e repetição.
Consideramos a experiência direta, como o contato com o meio físico (o concreto) e sua atuação psiquica. Cruzando os pontos, chegamos a fenomenologia ou a ontologia do ser, que atravessa a experiência da condição humana.
“Mesmo que imaginemos que o cérebro não traz nenhuma informação prévia, nenhuma tendência ou talento inato e que a genética não influencie em nada o comportamento das pessoas, somos obrigados a admitir que ele recebe as informações do mundo externo de um jeito bastante particular, com limites típicos da raça humana através de seus cinco sentidos. Se tivermos a pretensão de conhecer a verdade, teremos que encarar o fato de que ela sempre nos chegará através da nossa experiência corpora l– nosso hardware - em um mundo material. (MIKOSZ, 2007, p. 2).
CAMPOS MORFOGENÉTICOS
A utilização da filogenética na teoria junguiana vem de encontro, ao que é pré e pós existente a nós, nossa memória genética, e converge com as ideias dos campos morfogenéticos do biólogo Sheldrake. Trata-se de uma herança genética, todas as memórias de uma espécie estão contidas em seu DNA. Sheldrake (1985) comenta que os hábitos dos organismos são de importância central para o desenvolvimento biológico.
“Eu acredito que a seleção natural dos hábitos tem papel essencial em toda a teoria integrada da evolução, incluindo não apenas a evolução biológica, mas também a evolução física, química, a cósmica, a social, a mental e a cultura” (MIKOSZ apud SHELDRAKE, 2007, p.9).
A ideia de Sheldrake é de que o ser humano carrega todos os registros da humanidade. No movimento evolutivo construímos um comportamento padrão que atua de forma mórfica, isso é, que apresenta uma manifestação externa do pensamento ou do sentimento.
Existem evidências a favor da hipótese da teoria dos campos morfogenéticos e da ressonância mórfica.
“(...) quando uma substância química orgânica recém-sintetizada (digamos, uma nova droga) cristaliza-se pela primeira vez, não ocorrerá nenhuma ressonância mórfica proveniente de cristais prévios do seu tipo”. Um novo campo mórfico tem de passar a existir; dentre as muitas maneiras energeticamente possíveis pelas quais a substância poderia se cristalizar, uma realmente acontece. (TRIPICCHIO apud SHELDRAKE, 2007, p. 2).
Quando a experiência é repetida em outra parte do mundo a substância cristalizada desenvolve um mesmo padrão através da ressonância mórfica proveniente dos cristais iniciais, uma matriz será estabelecida pelo hábito, o qual cria a memória cumulativa. Como conseqüência o padrão se reafirma, se estabelece, e facilita a criação e cristalização de novas substâncias.
“Uma memória cumulativa irá sendo construída na medida em que o padrão for se tornando cada vez mais habitual. Como conseqüência, os cristais tenderão a se formar mais prontamente em todo o mundo.” (TRIPICCHIO apud SHELDRAKE, 2007, p. 3).
Segundo Tripicchio o processo chamado ressonância mórfica é a influência do semelhan¬te sobre o semelhante, através do espaço e do tempo. A ressonância mórfica não diminui com a distância. Não envolve transferência de energia, mas de informação. Assim como acontece no Inconsciente coletivo, através da teoria dos campos mórficos, também temos como ter acesso a registros universais. Fatores como espaço e tempo não interferem neste processo. Para ilustrar a ideia vamos à experiência do centésimo macaco.
O CENTÉSIMO MACACO E O CONCEITO ZEITGEIST.
A espécie japonesa do Macaca Fuscata foi observado nas ilhas do norte do Japão, em seu habitat natural durante 30 anos. Os cientistas jogavam raízes na areia. Os macacos as comiam sujas de areia. Após observar um ser humano lavar a sua raiz, apenas um espécime, uma fêmea de 18 meses, solucionou a questão, lavando a raiz também e ensinou à sua mãe. Alguns outros macacos jovens aprenderam a lavá-las, porém os macacos mais velhos não aprenderam, e comiam os tubérculos sujos de areia. Esse comportamento cultural gradualmente se espalhou na população entre 1952 a 1958, segundo os cientistas. No outono de 1958, em uma das manhãs, um grande número de macacos lavava suas batatas antes de comê-las. O comportamento adicionado desta centésima macaca criou de algum modo, uma alteração cultural. Então, Macacos de outras ilhas, sem comunicação com aqueles da primeira ilha começaram a lavar suas raízes também. Esse experimento mostra que, quando um determinado número de seres de uma determinada espécie consegue uma consciência, esta consciência nova pode ser comunicada e ampliada aos demais seres da espécie, mesmo sem contato físico entre eles (MIKOSZ, 2007, p.8).
Vamos considerar, a partir desta experiência, a ideia de que a energia psíquica produzida por um grupo de seres (humanos ou não) pode atuar no pensamento, sentimento, comportamento de toda a espécie. Algo se torna presente e passa a atuar em um formato universal, abarcando todos os níveis de consciência. Este movimento representa o espírito de um tempo, Zeitgeist.
“Em física também se fala de energia e das suas manifestações sob a forma de eletricidade, luz, calor, etc. Ocorre o mesmo na psicologia. Aqui também se trata, em primeiro lugar, de energia (isto é, de valores de intensidade, em maior ou menor grau) e as formas de seu aparecimento podem ser as mais diversas” (JUNG, 1963, p. 183).
A definição de uma psique universal para Jung sempre passou por vários caminhos. Os estudos de física, antropologia, biologia, evolucionismo, psicanálise, psiquiatria, sociologia, mitologia, religiões e filosofia o auxiliaram na orientação da formulação de uma teoria para o que seria o inconsciente coletivo. Jung percebeu o vínculo entre os saberes e foi o primeiro a estabelecer a idéia de interdependência, o que mais tarde foi abordado por Fritjof Capra em seus livros: O Tao da Física e Ponto de Mutação. A partir da ideia de Capra (1982) da interdependência, é possível a percepção de uma rede universal. Ele nos apresenta o movimento de uma cadeia interdependente interna e externa, o individuo com o seu organismo e o individuo em atuação com o mundo.
“Vivemos hoje um mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes” (CAPRA, 1982, p. 14).
A teoria organísmica pode ser abarcada dentro de um todo multidimensional: físico, psíquico, social e ecológico. Para Mikosz (2007) o individuo capta do ambiente os estímulos externos, através de sensações, que se transformam em sentimento e pensamentos; esses produzem comportamento e assim, por observação e imitação, construímos um padrão de comportamento temporal, o Zeitgeist, que atua de forma dinâmica, em toda a espécie. O objetivo final é o equilíbrio ou homeostase deste organismo, na esfera do macro ou do micro. Como no sentido da palavra homeostase, esse movimento é uma busca constante pelas condições de equilíbrio dinâmico de um organismo. É o padrão do Evolucionismo, em que as espécies buscam se adaptarem ao ambiente de forma ciclica.
A ABORDAGEM QUÂNTICA PARA ESTE MODELO.
A física quântica aborda a ideia de sincronicidade ao nomear de colapso quântico a experiência que existe da reação a um dado estímulo. Existe um padrão de memória que sofre a influência das experiências pessoais e consequentemente coletivas.
“O mecanismo de medição do cérebro, tal como todos os demais do mesmo tipo, cria uma memória de cada colapso – isto é, todas as experiências que temos como reação a um dado estímulo. Além disso, contudo se o mesmo ou um estímulo semelhante é representado, o registro clássico do cérebro reproduz a velha memória. Essa reprodução torna-se um estímulo secundário para o sistema quântico, que responde em seguida.” (GOSWAMI, 1993, p.226).
O advento da física quântica proporcionou um novo olhar, no qual a amplitude de possibilidades é oferecida. Segundo Goswami (2004) as experiências individuais secundárias, ou seja, experiências subliminares ou não captadas pela consciência servem de base para o nascimento desta memória universal, que pode ser entendida como potencial puro. Exatamente como a ideia de arquétipo em Jung. Em algum ponto retorna-se ao ponto inicial, ou ponto de partida. Para Goswami, quando a potência criativa do componente quântico é utilizada, abre-se um universo de possibilidades que pode ser representado como vir a ser, se isso não acontece a relação interativa do cérebro-mente torna-se um programa de aprendizado com padrão bem definido, cognitivo-comportamental.
Quando há o colapso quântico se dá uma quebra de padrão, que possibilita a mudança de pensamento e comportamento.
Para Goswami (2004) o colapso quântico pode ser comparado com a sincronicidade Junguiana e a ressonância quântica no que tange a onda de possibilidades, algo contido no inconsciente coletivo e na ressonância mórfica.
Representando a experiência da “Não localidade quântica”, como o self, este autor define o colapso quântico como a experiência de ser no mundo. Através dessa experiência podemos chegar à ideia do Eu ou Eu no mundo.
O Eu ou Ego se apresenta neste momento para dar forma às consciências individuais, que têm uma função dentro do processo do todo. Podemos citar a teoria da Gestalt: não se pode ter conhecimento do "todo" por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes. Para esse autor, as experiências mais importantes são as da intencionalidade, a autopercepção, a reflectividade, a experiência do ego, a atenção e as experiências transpessoais do self, a experiência implícita do self, a opção e livre-arbítrio, as experiências relacionadas com o inconsciente. Esta é a base do processo de comunicação do individuo com o mundo.
“O Self (o “Eu”) não é uma coisa, mas uma relação entre experiência consciente e ambiente físico imediato. Na experiência consciente, o mundo parece dividir-se entre sujeito e objeto(s). Ao ser refletida no espelho da memória, essa divisão produz a experiência dominante do ego” (GOSWAMI,1993, p. 236).
CONCLUSÃO
Partindo da unificação das teorias aqui apresentadas, observa-se que a forma de contato do individuo com o consciente (coletivo-social) e o inconsciente coletivo (psique universal) se dá através das sensações e dos sentimentos gerados. Pensamentos que produzem sentimentos, que geram comportamentos.
Estas informações são compartilhadas e experienciadas por toda uma raça, através do seu gene, seu DNA. A dinâmica desse coletivo é diversa e sua atuação transcende o psíquico, físico, químico, e desvela a unidade que existe por traz das partes. Este todo é bem mais complexo que a soma das consciências individuais e passa por um processo evolutivo de auto-regulação. Uma vez que o individuo percebe o mundo e gera sentimentos e memórias, estas servem para a construção de uma memória coletiva que atua dialeticamente. O mecanismo dialético pode ser explicado da seguinte forma: percebemos o mundo captando os estímulos externos (sensações), passamos para uma antítese, geramos sentimentos e pensamentos, a partir deste contato com o mundo. Concluí-se em uma síntese, que nos retorna em uma nova configuração de estímulos. Desta forma se dá a integração do inconsciente coletivo ao inconsciente individual, relação interdependente que desencadeia vários processos concomitantes.
Quando o fato analisado é considerado habitual, ele, por conseguinte se revela testável, dado seu padrão repetitivo, e os campos mórficos são considerados experimentalmente testáveis. De acordo com a hipótese da causação formativa, estes campos funcionam também em outros sistemas e áreas cobertas pelo estudo e conhecimento humano: nos organismos vivos, e em cristais, na não localidade da consciência do Goswami, a sincronicidade e o Inconsciente coletivo de Jung, existe algo que precede e favorece estes movimentos sincrônicos.
O fato de um padrão ser criado através de um movimento coletivo, que atua multidimensionalmente : físico, psíquico, social e ecológico, e este esta suscetível a mudanças em função das vivencias subjetivas de consciências individuais é a propostas desse artigo.
O fenômeno descrito como sincronicidade por Jung, é reforçado pela teorias dos campos morfogenéticos de Sheldrake, e pela não localidade da física quântica em Goswami. Os diversos saberes convergem para um único ponto onde encontra-se a dinâmica de uma existência complexa, para qual convergem as interações entre sistemas, além de uma cadeia de interdependência. O sistema ecológico citado aqui é uma representação desta dinâmica física, psíquica, social, e suas formas de interações do universo coletivo ao individual.
BIBLIOGRAFIA
CAPRA, Fritjof. O Tao da Física. São Paulo: Ed. Cultrix, 1975.
CAPRA, Fritjof. Ponto de Mutação. 25ª Edição. São Paulo: Ed. Cultrix, 1982.
GOSWAMI, Amit. O Universo Autoconsciente: Como a consciência Cria o Mundo Material. Aleph, 1993, p. 226, 228, 236.
GOSWAMI, Amit. O médico quântico: Orientações de um físico para a saúde e a cura. São Paulo: Ed. Cultrix, 2004.
JUNG, C. G. Memórias, sonhos e reflexões. Ed. Nova Fronteira, 1963, p. 104, 183.
JUNG, A Natureza da Psique. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000. 143 p.
JUNG, C. G. O Eu e o Inconsciente. Petrópolis: Ed.Vozes, 1971.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o Inconsciente Coletivos. São Paulo: Ed. Vozes, 1954.
MELLO, Elizabeth Cristina Cotta. Mergulhando no Mar sem Fim: Fundamentos da clínica Junguiana. Ed. Aion, 2003, p. 15.
MIKOSZ, José Eliezer. O corpo co-manda: uma reflexão sobre genética, linguagem e cultura. ISSN 1678-7730 Nº 86 – Florianópolis, dezembro de 2007, p. 2, 8, 9, 10.
MONTEIRO, Dulcinéia da Mata Ribeiro. Metanóia e Meia Idade: Trevas e Luz. São Paulo: Ed. Paulus, 2000, p 125.
SEIBT, Cezar Luís. Da Cotidianidade à Temporalidade em Ser e Tempo de Heidegger. Fragmentos de Cultura, Goiânia: jul/ago. 2008, v. 18, n. 7/8, p. 499-518.
SHELDRAKE, Rupert. A New Science of live: The Hypothesis of Formative Causation. London: Blond and Briggs, 1985.
TRIPICCHIO, Adalberto. Ressonância Mórfica. Filosofias do Campo Psi. Redepsi. Set. 2007, p.2.
Nenhum comentário:
Postar um comentário