terça-feira, 8 de junho de 2010

Meditação



Meditação

Como essa prática pode melhorar a sua vida

sem que você precise se isolar do mundo e de sua vida normal.




Estabilidade Mental

Uma excelente metodologia existe na tradição do yoga que foi planejada para revelar a interligação de toda coisa viva. A unidade fundamental é referida como a advaita, a filosofia não dualista. Meditação é a atual experiência dessa união. No Yoga Sutra, Patanjali instrui como meditar e descreve que fatores constituem a prática da meditação. O segundo sutra no primeiro capítulo determina que o yoga (ou união) acontece quando a mente se torna quieta.
Esse silêncio ou estabilidade mental é criado ao trazer o corpo, mente, e sentidos em equilíbrio que, um após o outro, relaxa o sistema nervoso. Patanjali explica que a meditação começa quando descobrimos que nossas infinitas buscas para possuir e controlar coisas e nossas ardentes fissuras pelo prazer e segurança nunca posem ser satisfeitas. Quando finalmente nos damos conta disso, nossas questões externas tornam-se internas, e então nos projetamos à esfera da meditação. Pela definição do dicionário, “meditação” significa meditar, ponderar, ou contemplar. Pode também denotar um exercício devocional de contemplação ou um discurso contemplativo de uma religião ou de natureza filosófica. A palavra meditar vem do latim meditari, que significa pensar sobre ou considerar. Med é a raiz da palavra e que dizer “tomar medidas apropriadas”.
Sob o prisma yogue, meditação, ou dhyana é definida mais especificamente como um estado de pura consciência. É o sétimo estágio, ou o limbo, do caminho yogue e segue o dharana, a arte da concentração. Dhyana precede o samadhi, o estado de liberação final ou esclarecimento, o último passo no sistema de oito membros de Patanjali. Os três estágios - dharana (concentração), dhyana (meditação), e samadhi (êxtase) — estão intrinsicamente ligados e coletivamente referidos como samyama, a prática interna ou a disciplina sutil do caminho yogue. Vale recordar que os quatro primeiros passos - yama (ética), niyama (auto-disciplina), âsana (postura), e pranayama (controle da força vital)—são consideradas disciplinas externas.
O quinto passo, pratyahara representa o retrocesso dos sentidos. Este recuo sensitivo ocorre fora da prática, nos primeiros quatro passos e liga o exterior ao interior. Quando estamos fundamentados física e mentalmente, ficamos conscientes de nossos sentidos de modo aguçado, todavia desligados ao mesmo tempo. Sem a habilidade de ficar desapegado mesmo que observador, não é possível meditar. Embora você precise ser capaz de se concentrar ao invés de meditar, meditação é mais que concentração. Em suma, envolve o praticante em um estado expansivo de consciência.
Quando nos concentramos, direcionamos nossa mente em direção ao que aparece ser um objeto a parte de nosso ser. Nos tornamos aquisitivos com esse objeto e estabelecemos contato com ele. Para alcançar a esfera da meditação, entretanto, precisamos nos envolver com esse objeto, precisamos nos comunicar com ele. O resultado dessa troca é uma consciência profunda de que não há diferenças entre nós (como sujeito) e que nos concentramos ou meditamos sobre (o objeto). Isso conduz ao estado de samadhi, ou auto-realização.
Uma boa forma de entender isso é pensar sobre o desenvolvimento de um relacionamento. Primeiro, conhecemos alguém – isso é o contato. Então passando um tempo junto, escutando um ao outro, e trocando, desenvolvemos uma relação. O próximo passo é consolidar com essa pessoa uma espécie de amizade, parceria ou casamento. O “você” e “eu” torna-se “nós”. De acordo com o Yoga Sutra, nossa dor e sofrimento são criados pela impressão equivocada de que estamos separados da natureza. A concretização de que não estamos separados pode ser experimentada espontaneamente, sem esforço. No entanto, a maioria de nós precisa de direção. O sistema de oito passos ou membros de Patanjali fornece o caminho que precisamos.


Despertar Espiritual e Bem-Estar Emocional

Para a primeira tentativa na meditação, sente-se confortavelmente, programe um despertador para dez minutos, e explore uma das seguintes estratégias. Considere-se prevenido: meditação é uma prática prazerosamente simples, mas isso não significa fácil.

Apenas sente-se. Contenha-se para não fazer nada mais do que se sentar em silêncio observando o que acontece. Não pegue no telefone, não atenda a porta, não adicione nenhum outro item á sua lista de afazeres. Apenas sente-se e observe os pensamentos que aterrissam e passam por sua mente. A priori, você ficará surpreso de como é difícil ficar sentado em silêncio por dez minutos. Durante o processo, de qualquer forma, você deve aprender algo importante sobre as qualidades de uma mente traquila e da natureza metamorfósica da vida.
Escute aos sons da vida. Feche os olhos e sintonize nos sons interiores, filtrando os que vêm de seu entorno. Abra os ouvidos e adote uma atitude receptiva. Em princípio, você provavelmente vai ouvir os barulhos mais óbvios, mas com o passar do tempo, você descobrirá novas camadas de sons que previamente você havia dessintonizado. Desafie-se a observar o que você escuta sem fazer adesão ou resistir a algo. Note como você sente o mundo mais vivo, assim como sua consciência aprofundada do presente.
Pratique a atenção. Note as sensações cruas do momento presente – sinta calor e frio, dificuldade e suavidade, pressão e tranqüilidade. Quais partes do corpo estão em contato com a terra? Como a estrutura do seu corpo se move a cada inalação ou expiração? Como a sua experiência se transforma a cada instante? Cultivar uma consciência do momento presente estimula uma mente mais atenta e serena, que seja capaz de amenizar o aqui e o agora.
Siga a respiração. Prenda a sua mente na respiração. Enquanto estiver inspirando, perceba a inalação, assim quando for expirar. Não manipule a respiração em nenhum sentido, simplesmente veja com os olhos da mente, como se estivesse acompanhando a bolinha durante uma disputada partida de tênis. Quando perceber que se perdeu, como inevitavelmente ocorrerá, gentilmente restabeleça o foco na respiração e comece de novo.
Use um mantra. Escolha sua palavra, frase, reza, ou fragmento de seu poema favorito e repita-o calma e suavemente. Deixe que seu ritmo torne-se cada vez mais tranqüilo, atingindo um estado contemplativo de tranqüilidade. Se notar que sua mente desviou-se a outros pensamentos, simplesmente a redirecione através das palavras ou mantras que escolheu como pedra de toque e rededique sua consciência a elas.
Pratique a gentileza. Enquanto estiver sentado, foque sua atenção interior em alguém que possa se beneficiar de uma dose extra de gentileza e cuidado. Com os olhos da mente, envie a esta pessoa amor, alegria, e bem-estar. Suavize sua pele, abra as comportas do seu coração e siga adiante com muita boa vontade e benevolência.



Devagar e 100% no agora

Desacelere e descubra o tesouro no momento comum
Como uma resolução de ano novo, meu compromisso de parar com a correria no dia-a-dia por um ano inteiro parecia bem ambiciosa. Mas logo descobri que eu conseguia me mover bem rapidamente sem deixar a minha mente se comprometer com a pressa. Na verdade, ficou óbvio que me apressar tinha menos a ver com a velocidade na qual eu fazia as coisas do que com a agitação e preocupação em ser alguém que eu não era. Quando parei de focar em qual seria a próxima coisa a fazer, tornei-me incrivelmente mais consciente do valor dos momentos comuns que eu estava perdendo – o calor do sol em meu rosto, o toque dos meus pés no chão, o cantar dos pássaros em uma árvore perto de casa. Muito do que escapava da minha atenção ganhou vida. A jornada para chegar aos lugares ficou mais importante do que a chegada; em vez de esperar pelo início ou fim de algo, descobri o prazer de prestar atenção no que acontecia bem na minha frente. E, assim, devo admitir que nunca mais fiquei tentada a fazer da pressa e da correria parte da minha vida.
A vida pode ser preenchida de incontáveis momentos perdidos. Na pressa de atender às demandas de família, trabalho, amigos e às necessidades de seu próprio corpo e mente, sua conexão com o presente é geralmente substituída por uma preocupação com o futuro. Perdida em pensamentos e tarefas, sua atenção é privada de simplesmente deslizar sobre a superfície da vida. É sempre muito fácil perder aqueles momentos simples que fazem o seu coração cantar: a risada de uma criança, uma chuva de folhas caindo de uma árvore enquanto você passa de carro, a batida do seu próprio coração. Você vive e emite o milagre da vida. Mas para isso tocar o seu coração, você precisa estar presente. Os momentos preciosos de calma e tranqüilidade pelos quais o seu coração busca nascem da sua boa vontade de viver o momento em que você está. Sim, este exato momento.
Viciado em intensidade
Se você examinar a sua vida, provavelmente descobrirá que presta muito mais atenção nos momentos de experiências dramáticas e intensas do que naqueles momentos quando parece que nada acontece. Excitação, sucesso, paixão e alegria são sentimentos sem dúvida bem-vindos e heroicamente perseguidos. E dor e tristeza geralmente inspiram um heroísmo enquanto você luta para evitar qualquer coisa que possa causar tamanho desconforto. Você pode descobrir que só quando todos os seus esforços em escapismo e distração forem esgotados que observará relutantemente o difícil, e geralmente receberá isso não com curiosidade sobre o que aquele momento pode ter, mas com uma agenda de consertar ou se livrar de tudo o que perturba o seu coração.
Momentos de drama têm valor se você os vivencia com inteireza – eles podem intensificar sua consciência e te despertar para a sua experiência. Esse ponto ficou claro como cristal no dia em que me encontrei sentada em um trem ao lado de um rapaz com rosto e corpo cheios de piercings. Perguntei se não era terrível ter tantos furos no corpo, e ele respondeu: “É profundamente doloroso, mas faz com que eu me sinta tão vivo!” Mesmo que você não use esses lembretes de dor no seu corpo e no seu rosto, há chances de que seu foco na vida também esteja em dores e prazeres. Um passeio na montanha-russa, a excitação de um novo amor ou férias em um lugar exótico oferecem uma sensação de estar vivo. Uma decepção amorosa, uma doença, uma briga ou uma oportunidade perdida podem trazer dor, mas também podem capturar e avivar a sua atenção. Mesmo o trabalho de rotina, que pode ser exaustivo, oferece aparente significado, direção e identidade.
Os dramas da vida dão ao ego um sentido de identidade, então é natural que a sua mente absorva rapidamente as dores, prazeres e tarefas que ela percebe. E, ainda assim, há eventos na vida que são simplesmente comuns, nem excitantes nem perturbadores. Árvores crescem, pássaros cantam, o sol brilha, a chuva cai. Você passa seus dias respirando, andando, sentando, conhecendo inúmeros lugares, momentos e pessoas em que mal repara. Nesses momentos comuns, a tendência é desconectar-se; em geral, esses momentos não parecem dignos da sua atenção. Você confunde o comum com o tedioso: falta de riqueza, de intensidade e de plenitude. Acostumado a externar alegria e vitalidade, você começa a detectar inquietação ou descontentamento internos em qualquer momento que não seja dramático nem intenso.
Mas ninguém tem uma mente preenchida apenas com pensamentos maravilhosos e nem um corpo explodindo de saúde e vitalidade. Ninguém de nós tem uma prática de meditação que seja continuamente excitante e arrebatadora. Seus dias têm inúmeros momentos comuns – pegar o ônibus, fazer compras no mercado, atender ao telefone, ficar preso no trânsito, fazer as tarefas diárias. Esses momentos não são menos valiosos porque não têm uma carga dramática. Eles são cheios de observações deliciosas.
O encanto vive em você
Às vezes parece que o ordinário te priva do objetivo e, conseqüentemente, da identidade. Experimentar o não-fazer – para simplesmente observar a vida em vez de se ater aos seus mais intensos altos e baixos – parece de início profundamente desconfortável em sua estranheza. Muitas vezes você se encontra usando momentos quietos como um trampolim para a busca de algo novo, mais excitante. Mas se você pode verter a sua intensidade suficientemente para vivenciar os momentos comuns na sua vida, descobrirá que há sempre portas para a riqueza e a vitalidade que vivem dentro do seu coração. Em vez de contar com uma torrente de eventos externos que te deliciem, você rapidamente encontra a delícia de se conectar com a vida como ela é, bem no momento. Quando você celebra os momentos ordinários na vida, começa a conectar-se com tudo o que passou despercebido na sua vida interna e externa.
O encanto não vive apenas em uma praia exótica ou em um jantar maravilhoso com amigos. Ele vive no seu coração
A consciência começa a permear não só os momentos atraentes, mas os simples também. E você começa a questionar a inclinação humana a externar tanto felicidade quanto infelicidade. Você começa a examinar a crença antiga de que seu despertar total depende da intensidade. Ao sustentar a consciência da sua almofadinha de meditação e trazê-la ao cotidiano, você começa a despertar a sua capacidade de se encantar. O encanto não vive apenas em uma praia exótica ou em um jantar maravilhoso com amigos. Ele vive no seu coração. Quando você honra cada momento prestando atenção nele incondicionalmente, é inevitável que encontre o encanto nos pequenos momentos da vida. Isso é viver de um jeito sagrado, abraçando com igual interesse o fascinante, o difícil e os incontáveis momentos na sua vida que não são nem agradáveis nem desagradáveis. Ao se libertar do vício em intensidade, você recupera momentos perdidos dos seus dias – e ganha vida e a capacidade de se encantar que vive dentro de você.
Tocando o ordinário
Seja curioso sobre sons, pensamentos e sentimentos cotidianos e desperte a habilidade de se encantar. Fique em uma posição relaxada para praticar meditação. Feche os olhos e repouse a atenção na sua respiração. Observe e sinta o corpo todo, notando o espectro de sensações e sentimentos presentes no momento. Observe como a sua atenção é levada àquelas sensações que são gostosas ou desagradáveis. Tome consciência de como reage a essas sensações – se resiste ao desagradável e delicia-se com o gostoso. Sinta os lugares do corpo em que não há sensação – palmas das mãos, orelhas, etc. Sinta como o seu interesse, sensibilidade e calma os traz à vida. Como você pode ver essas áreas de maneira diferente. Sinta o que é relaxar dentro do comum, explorando o alívio e a paz que você encontrará. Expanda a sua atenção para os barulhos externos. Repare nos sons agradáveis e nos irritantes. Sinta como você é atraído pelos sons agradáveis e como resiste aos mais irritantes.
Observe os sons do ordinário – o ruído da geladeira, o vento pela fresta da janela, o carro lá longe. Explore o que significa ouvir esses sons profundamente e descansar no puro ouvir. Traga a sua atenção para o espectro de pensamentos na sua mente – planejando, relembrando, preocupando-se – ,observe todos de maneira igual, com uma atenção calma que vê esses pensamentos chegando e indo embora. Que tal descansar no “ver”, deixando a mente fazer o que uma mente faz, sem segurar nenhum dos pensamentos que aparecerem? Expanda a sua consciência para receber tudo o que é presente nesse momento – seu corpo, sentimentos, pensamentos, sons. Explore o que é receber o momento, repousar em consciência. Sinta o amor que nasce do interesse, da conexão, do alívio e do modo com que seu mundo é despertado pela atenção que você dá a ele. Como seria trazer essas qualidades para a sua vida, escutar com todo o seu coração a tudo o que você negligencia ou recusa?
Christina Feldman ensina meditação em retiros nos EUA desde 1976.



Cuca fresca

Desintoxique a sua mente de impressões e emoções negativas

A desintoxicação é tão necessária para a mente quanto para o corpo; no entanto, para que a desintoxicação comece, temos de , primeiro, parar de assimilar toxinas. Para o bem-estar da mente, deve haver em primeiro lugar uma prevenção quanto a impressões e experiências equívocas que possam integrar-se na nossa consciência, assim como devemos evitar a alimentação errada para que continuemos bem fisicamente.

Em segundo lugar, deve haver uma inteligência forte para digerir as impressões com propriedade. Temos de nos empenhar em evitar as experiências negativas tanto quanto possível. Quando não nos é dado fazer isso, temos de ter inteligência o bastante para digerir até mesmo as impressões perturbadoras, nem sempre evitáveis. Eliminar as toxinas da consciência envolve interromper-lhes a absorção, e isso requer o controle da mente e dos sentidos, bem como dirigir a luz da inteligência interior para acabar com as experiências negativas que já absorvemos.
Assim como jejuar contribui para desintoxicar o corpo, o jejum das impressões desintoxica a mente. Quando cessa a absorção de impressões, a consciência, cuja natureza é o espaço, naturalmente se esvazia. Seus conteúdos ascendem ao nível da inteligência, qua os pode então digerir com propriedade. Isso requer exame profundo, concentração e meditação. Quando a mente e os sentidos exteriores se abrandam e serenam, afloram nossos pensamentos interiores. Os hábitos e as lembranças profundamente arraigados vêm à tona. Quando aprendemos a observá-los e a compreendê-los, podemos deixar que se vão, m,as isso implica que estejamos inclinados a nos ver livres deles.
O nível físico da desintoxicação
Regime alimentar puro
Os acúmulos tóxicos dos elementos grosseiros, sobretudo da terra e da água, são eliminados do corpo físico por meio dos canais excretores comuns na forma de urina, suor, etc. A desintoxicação ayurvédica especial tem por escopo nos ajudar a liberar os excessos dos três doshas junto com esses elementos dispensáveis. O jejum é outra medida importante, que permite ao corpo eliminar as toxinas. Também algumas ervas especiais podem ser de valia.
O nível sutil da desintoxicação
Pranyama
As impressões negativas (os elementos sutis) são eliminadas principalmente por meio dos exercícios de respiração yogi, que criam um tipo especial de suor, liberando ao excesso de água sutil e elementos da terra (paladar e olfato). As terapias que tratam o suor comum ajudam nesse processo, incluindo o uso de saunas, banhos turcos e ervas diaforéticas (que fazem a pessoa suar). A terapia do suor faz parte da terapia ayurvédica do Pancha Karma, que ajuda tanto na purificação do corpo sutil, bem como do corpo grosseiro. Fazer um “jejum” de impressões (pratyahara) é outro método útil, que, como o jejum de alimentos, contribui para que as impressões não-digeridas e tóxicas seja liberadas. Chorar – as lágrimas sinceras que refletem uma rela mudança do coração – é outro expediente para que a mente se purifique das emoções negativas.
O nível causal da desintoxicação
Mantra
Os gunas são o nível essencial da matéria e são indestrutíveis. Não há nenhuma liberação de gunas da consciência (chitta) mas eles podem ser transformados. O acúmulo de toxinas dos gunas (Rajas e Tamas em excesso) pode mudar-se em Sattva. Isso ocorre por meio dos mantras ou da terapia dos sons. Os mantras sáttvicos, como o Om, ajudam a mudar os modelos rajásicos e tamásicos na nossa consciência mais profunda e a torná-la sáttvica. Eles alteram o tecido de chitta e a tornam receptiva a infuências superiores.
Fonte:Uma visão Ayurvédica da Mente, Dr. David Frawley (Ed. Pensamento)


Meditação Zazen

Aprenda esta técnica do Zen-budismo e ganhe paz e tranquilidade

Relaxar e não pensar em nada. Este é o princípio mais importante da meditação zazen, que significa literalmente sentar zen. Esta meditação não possui um objeto de reflexão como, por exemplo, meditar sobre a vida. O fundamental é tirar qualquer pensamento da mente e alcançar um estado meditativo profundo.
Segundo Francisco Handa, monge do templo Busshinji, em São Paulo, SP, a meditação zazen não tem um objetivo. “Não se ganha nada fazendo esta meditação. Porém, ela funciona para iluminar o corpo e a mente”, afirma ele. “Além disso, se vier algum pensamento em sua mente, não importa se bom ou ruim, devemos evitar dar atenção a ele.”
Também conhecida como meditação vazia, o zazen já era praticado há mais de 2 mil e 500 anos na Índia. O monge conta que todas as tradições budistas realizavam a prática do zazen, a qual foi enaltecida pelo 28º patriarca budista Bodhidharma. Ele foi o responsável em levar este tipo de meditação da Índia para a China, mais precisamente para o Mosteiro de Shaolin, onde se tornou um treinamento comum entre os monges.
Mãos em mudra cósmico, respiração lenta e postura de lótus compõem a prática zazen, que pode durar minutos ou até mesmo horas, exigindo bastante resistência física. “Quanto mais meditar, mais tempo conseguirá ficar na postura sem incômodo. No começo é difícil manter a coluna ereta e não se movimentar, mas depois nos acostumamos”, explica o monge Handa, que ressalta o fato de não poder se movimentar de forma alguma durante a meditação. “Se a pessoa se mexe, ela acaba movimentando o corpo e a mente, o que prejudica a prática do zazen.” Portanto, aconselha que os iniciantes na prática procurem um templo e a ajuda de um professor que possa auxiliá-los na postura e na atitude mental adotada durante a meditação.
Saiba como praticar Zazen
Por Monja Coen, colunista do site e missionária oficial da tradição Soto Shu – Zen Budismo com sede no Japão.
Procure um local tranquilo, nem claro ou escuro demais, não muito quente nem frio.
Há várias maneiras de sentar-se: posição das bermudas, meia lótus, lótus completa, banquinho, cadeira. Em qualquer uma delas é importante que a coluna vertebral seja mantida ereta. O queixo um pouco para baixo, de forma que a região cervical fique reta. Verifique se seu corpo está centrado, movendo da esquerda para a direita, como um pêndulo – de movimentos largos a movimentos menores e pare exatamente em seu próprio centro de equilíbrio.
Perceba se as orelhas ficam em linha com os ombros e o nariz em linha com o umbigo. Esvazie os pulmões, soltando todo o ar profundamente pela boca, aproximadamente três vezes. Relaxe qualquer parte do corpo onde sinta tensão. Em seguida, coloque as mãos no mudra cósmico (mão direita embaixo, com a palma voltada para cima e a costa dos dedos da mão esquerda repousando na palma dos dedos da direita, mantendo a mão esquerda com a palma para cima. Encoste levemente os dois polegares, como se houvesse uma finíssima folha de seda entre eles). Perceba que suas mãos estarão formando uma elipse, assim como os planetas em torno do Sol – o cosmos em suas mãos.
Em seguida coloque a ponta da língua no palato superior, tocando de leve atrás dos dentes frontais. Isto cria um canal de comunicação de energia ao mesmo tempo em que evita muita salivação.
Mantenha os olhos entreabertos, pousados cerca de um metro e meio de distância num ângulo de 45 graus.
Assim, sem pensar e sem não-pensar, sente-se calmamente por alguns minutos. Alguns ficam em zazen por 40 minutos, outros por 30 ou mesmo 20 minutos. De qualquer maneira adapte à sua realidade. Para quem nunca praticou nenhuma forma de meditação mesmo cinco minutos pode ser um bom tempo. Não tenha pressa em querer sentar por longos períodos.
Tendo assim assentado corpo e mente, perceba sua respiração. Sinta se está sendo abdominal (ao inalar o abdome se expande ao exalar se contrai) ou torácica (a caixa torácica se expande e se contrai). Perceba seus batimentos cardíacos. Ouça todos os sons, próximos e distantes. Sinta as fragrâncias da sala, do local (pode ser ao ar livre). Perceba o ar, sua textura, sua temperatura. A luz e a sombra que se formam onde seus olhos estão pousados são também percebidas. Verifique sua postura, a posição das mãos, da coluna, da língua e oxigene áreas de tensão. Perceba seus pensamentos. Como se formam e como desaparecem. Veja se pensa em formas, palavras, música, cores, imagens. Qualquer emoção que surja deve ser notada. Assim como seu término. O mesmo para memórias. Entretanto, não fique pensando apenas, nem apenas percebendo, pois isto ainda está no plano da dualidade. Torne-se um com o uno sendo a respiração, a postura correta e a vida do universo em constante fluir.
Um momento de zazen é um momento de Buda.



Meditação dinâmica

Aprenda a técnica desenvolvida pelo mestre indiano Osho que mexe com todo o corpo.
Pare. Feche os olhos e limpe a mente. Medite. Os comandos são simples e a atitude parece fácil, mas não é. Meditar não é algo que possa ser realizado sem dificuldades, mas não é impossível.
Foi pensando no grande problema que os ocidentais têm em parar e se concentrar no silêncio que Osho, no final dos anos 60, começou a desenvolver técnicas de meditação ativa, entre elas, a meditação dinâmica. Segundo Ma Dhyan Bhavya, proprietária no Hotel Ponto de Luz em Joanópolis, São Paulo, a cabeça dos ocidentais está repleta de barulhos mentais que dificultam o processo meditativo. “As técnicas de movimento corporal desenvolvidas por Osho fazem com que trabalhe-se a energia corporal para aquietar a mente”, diz.
Ela afirma que as meditações ativas baseiam-se num tripé ideológico: primeiro, deve-se movimentar e observar o corpo; segundo, focar nos próprios pensamentos; terceiro, entrar num processo meditativo, de silêncio.
Champak, coordenador do Instituto Osho Brasil, explica que a meditação dinâmica é divida em cinco estágios e cada um deles é feito ao som de uma música diferente. Segundo ele, cada passo deve ser feito em pé e de olhos fechados:
1)Respiração caótica (10 minutos)
Preste atenção na saída de ar pelo nariz. A respiração é forte e intensa e tem o ritmo alternado. O corpo se movimenta naturalmente para equilibrar as energias.
Acredita-se que o homem vive sob as ordens de uma torre de comando - sua própria cabeça - que controla seus sentimentos e condiciona o seu comportamento de acordo com as normas sociais. Quando estamos num restaurante, por exemplo, procuramos não rir muito alto, pois o barulho pode incomodar os outros.
A respiração é uma das ferramentas que o corpo usa para controlar as emoções. Neste estágio caótico, o que se faz é tirar da mente esta ferramenta de controle para que possamos liberar nossas emoções livremente.
2) Catarse (10 minutos)
A idéia aqui é soltar a sua loucura, liberando todos os sentimentos que estão presos dentro de si. Aqui, pode ficar com os olhos abertos. É possível gritar, rir, chorar, socar uma almofada. O propósito é o de fazer uma limpeza das tensões.
3) Hoo (10 minutos)
Neste ponto a energia já está toda mexida. Segundo Champak, a pessoa está como um “animal descontrolado”, pois já liberou todas as emoções contidas em seu interior. Para reorganizar o estado energético, deve-se posicionar as mãos para o alto – como se fossem antenas capazes de atrair energia do cosmos para o seu hara, centro de energia vital, segundo os japoneses – e pular. Toda vez que o pé encostar o chão, grita-se hoo. A proposta é nutrir o hara com energia vital.
4) Stop (15 minutos)
Quando o condutor da meditação fala “stop” deve-se congelar o movimento, independente da posição, por 15 minutos. A ideia é observar o seu próprio silêncio. Este cessar da verbalização é o grande propósito de qualquer meditação.
5) Celebrar a vida (15 minutos)
No último estágio o meditante deve dançar em celebração à vida.
Bhavya explica que a vantagem das meditações ativas, como a dinâmica, é que elas parecem mais fáceis para quem nunca teve contato com nenhum tipo de ato meditativo. “A pessoa sai da prática com a sensação de que de fato conseguiu realizá-la”. Segundo ela, porém, num primeiro contato a meditação dinâmica pode intimidar muita gente e, por exigir muito esforço físico, não é indicada para aqueles que não possuem experiência alguma na prática meditativa. Champak discorda. “Acredito que qualquer pessoa, desde que não tenha grandes limitações físicas, pode começar”.
Medicina e meditação
O ex-psiquiatra Nisargan encontrou nas meditações de Osho o grande sentido de sua vida. Ele afirma ter entrando em contato com esse tipo de meditação pela primeira vez quando trabalhava com psicoterapia, método que, segundo ele, exige do paciente uma grande abertura da consciência. “Percebi que as práticas meditativas facilitavam o tratamento de psicoterapia, pois despertam uma consciência crítica de si mesmo permitindo enxergar com mais neutralidade os próprios problemas”.
Nisargan deixou a psiquiatria e hoje trabalha como instrutor de meditação e produtor de didgeridoo, instrumento musical de origem australiana.



Um passo de cada vez

Aprenda a estabelecer a consciência na meditação caminhando

Em Bodh Gaya, na Índia, há uma velha árvore bodhi que faz sombra em cada lugar onde se acredita que Buda sentou-se para meditar na noite da sua iluminação. Perto dali há uma trilha de cerca de 17 passos de extensão, onde Buda atenciosamente caminhou meditando depois de tornar-se iluminado, experimentando a bem-aventurança de um coração libertado.
Em seus ensinamentos, Buda salientou a importância de desenvolver a atenção em todas as posturas, incluindo as sentadas, as deitadas e até mesmo caminhando. Quando lemos contos sobre a vida dos monges nos tempos de Buda, vemos que muitos deles atingiram vários estágios de iluminação enquanto faziam a caminhada meditando.
A tradição da floresta de meditação do norte da Tailândia, da qual sou mais familiar, coloca uma grande ênfase na meditação caminhando. Os monges vivem em simples quartos em moradias dispersas pela floresta, e na área ao redor de cada cabana você sempre encontrará um caminho gasto usado para meditação. Em vários momentos do dia e da noite, os monges podem ser vistos caminhando nessas trilhas, atenciosamente tentando a mesma libertação do coração obtida por Buda. Muitos monges caminham por longas horas e realmente preferem isso a fazer meditação sentados. O falecido Ajahm Singtong, um mestre de meditação muito admirado, às vezes praticava essa meditação de 10 a 15 horas por dia.
Evite extremos
Na meditação caminhando, o primeiro objeto da atenção é o processo de caminhar em si. Em outras palavras, para afiar a consciência e treinar a mente para concentrar-se, preste bastante atenção no ato físico de caminhar, na maneira como dá um passo após o outro. Desse modo, o objetivo é mais óbvio e tangível do que as mais refinadas técnicas de meditação, como focar na respiração ou em um mantra, mais usados na meditação tradicional. Focar a mente com esse propósito mais óbvio o ajuda a evitar dois extremos que os meditadores às vezes experimentam durante a meditação sentada.
Primeiro provavelmente terá menos chances de cair em um estado de aborrecimento ou sonolência, porque está se movendo de olhos abertos. Na verdade, a meditação caminhando é freqüentemente recomendada para pessoas que têm problemas em ficar enfadadas quando meditam. Meu professor, Ajahn Chah, recomendava fazer uma noite inteira de vigília meditativa uma vez por semana. Como pode imaginar, alguém ficava sonolento lá pelas 2 horas, então Chah encorajava todos a fazer a meditação caminhando. Em casos extremos de sonolência, Chah nos aconselhava a andar para trás — porque não conseguiríamos pegar no sono dessa maneira.
O outro extremo é ter muita energia, que é resultado de tensão moderada ou alguma inquietude. Já que a meditação caminhando não é usualmente praticada com a mesma intensidade e concentração que a prática sentada, há menos chance de criar tensão usando força excessiva no esforço de concentrar a mente. Geralmente caminhar é uma experiência agradável e relaxante para o corpo e a mente, por isso uma excelente maneira de aliviar o estresse e a agitação.
Outra vantagem é o beneficio especial para aqueles que participam de retiros de meditação. Durante os retiros, os participantes muitas vezes meditam por muitas horas e ficam sentados por longos períodos que, inevitavelmente, causam desconforto físico ou dor. Alternar entre sessões sentadas e meditações caminhando alivia o desconforto de maneira agradável e capacita os meditadores a manter a continuidade da prática por um longo período.
Finalmente, praticar a meditação caminhando facilita o desenvolvimento da atenção na vida diária. Se você aprende a estabelecer a consciência durante a meditação caminhando — quando está fisicamente se movendo com os olhos abertos —, não será difícil despertar a qualidade durante outras atividades, como prática de Yoga, comer, lavar a louça ou dirigir. Será mais fácil para você despertar a atenção enquanto anda até o ponto de ônibus, no parque ou durante outra atividade. Sua meditação começará a permear toda a sua vida.
A importância disso não pode ser o exagero. É a presença da atenção que mantém sua consciência viva e alerta na realidade. Por meio disso transforme a rotina da vida em uma prática contínua de meditação, transformando o mundano no espiritual.
Para ilustrar o poder absoluto da meditação caminhando, muitas vezes lembro-me de algo que ocorreu durante a guerra do Vietnã. O professor renomado de meditação Thich Nhat Hanh estava em turnê pelos Estados Unidos, dando palestras e participando de manifestações a favor de uma resolução pacífica para a guerra. Obviamente, as pessoas tinham sentimentos fortes, e qualquer manifestação poderia facilmente se tornar uma confrontação séria. Felizmente, no meio da atmosfera de grande tensão emocional, a presença de Thich Nhat Hanh trouxe o poder irresistível de um ser verdadeiramente pacífico. Ainda posso visualizar a cena daquele monge budista simples no comando da manifestação de milhares de pessoas, andando de modo lento, silencioso e pacífico. A cada passo era como se o tempo tivesse parado, e a energia agressiva e agitada da multidão foi milagrosamente acalmada. Naquele dia em particular, Thich Nhat Hanh não falou sobre paz, porque todos ouviram a repercussão da mensagem a cada passo lento e meditativo. Você também pode aprender a caminhar com consciência de modo que cada passo imprima paz e serenidade na Terra.
Pegue o caminho certo
A meditação caminhando é mais bem praticada em um caminho desenhado para isso do que em uma trilha casual. O caminho pode ser reto e com uma superfície razoavelmente plana. É também útil se o caminho tiver começo e fim. Você pratica a meditação caminhando entre dois pontos, ficando atento e alerta de cada passo. Embora o tamanho da trilha seja primariamente determinada pela preferência individual, concluí que um caminho entre mil e 2 mil metros é mais eficiente. Sugiro que experimente caminhos de diferentes extensões e encontre aquele que sirva para sua prática.
Escolher um caminho com começo e fim é importante porque esses dois pontos proporcionam estruturas para a meditação e encorajam a consciência vigilante. Cada vez que chegar ao final da trilha, você será automaticamente lembrado de checar se a atenção está realmente em cada passo ou se a mente está viajando. Dessa maneira, poderá restabelecer o foco mais rápido e assim manter a consciência.
Essas orientações para a meditação caminhando são similares às quando você faz sentado: escolha uma hora apropriada e decida por quanto tempo vai meditar — para os iniciantes, de 15 a 30 minutos é ideal. A trilha de meditação pode ser interna ou externa, dependendo da sua preferência e da área disponível. Entretanto, acredito que lugares quietos são os melhores, assim não será distraído por atividades externas ou se sentirá consciente enquanto caminha pela mesma trilha. Além disso, se possível, é melhor andar descalço, mas não é essencial.
Depois de estabelecer essas condições, fique em pé no final da trilha e segure as mãos em prece junto ao corpo. Os olhos permanecem abertos, olhando para o caminho a dois metros de distância. A intenção não é ficar olhando para nada em particular, mas simplesmente olhar o que se manteve na trilha e saber quando voltar.
Agora deverá tentar centrar-se, deixando de lado todas as preocupações do passado e do futuro. Para acalmar a mente e estabelecer consciência no presente, abandone qualquer preocupação com trabalho, casa e relacionamentos e traga sua atenção ao corpo.
O exercício de meditação é simplesmente caminhar em um passo lento e relaxado, com completa consciência de cada passo até alcançar o final da trilha. Comece com o pé direito e, enquanto dá um passo, preste bastante atenção ao movimento do pé quando sair do chão — ele se move no ar e pisa no solo novamente. Então, dê um passo com o pé esquerdo com atenção igual. Continue caminhando dessa maneira metódica e alerta até alcançar o final da trilha.
Se enquanto estiver caminhando você perceber que a mente está viajando, perceba a distração e gentil, mas firmemente, traga a atenção para os passos. Muitas vezes, é útil fazer uma observação mental de “direito” e “esquerdo” com cada passo correspondente, pois isso mantém a mente envolvida com o ato de caminhar.
Quando chegar ao final, pare por um momento e verifique o que a mente está fazendo. Está atenta? Se necessário, restabeleça a consciência. Então, vire-se e ande de volta ao começo da trilha da mesma maneira, mantendo-se consciente e alerta. Continue caminhando durante toda a meditação, fazendo um esforço para manter essa consciência e concentração no processo de caminhar.
A meditação caminhando pode ser praticada de diversas maneiras que requerem diferentes graus de concentração. Enquanto caminhar no compasso normal é melhor para desenvolver consciência, andar bem devagar é mais efetivo para a concentração mais refinada. Talvez queira experimentar a arte de caminhar em diferentes velocidades até encontrar o melhor ritmo para você.
Como em qualquer técnica de meditação, a habilidade desse método somente acontece com a prática regular e o esforço, mas os benefícios valem a pena. Experimente a simplicidade e a paz de Ser em um passo de cada vez — como nada mais para fazer e lugar nenhum para ir —; isso pode ser verdadeiramente libertador. Cada passo atento o leva para um mundo de realidade de infinitas descobertas.
John Cianciosi foi monge budista por mais de 20 anos e discípulo de Ajahn Chan. Ele é professor de canto nos Estados Unidos e autor do livro Caminhos para meditação: Como atingir a percepção, a concentração e a serenidade (editora Fama).





Meditação no trânsito

Como acalmar a mente e não ficar estressado

A cada dia, novos recordes de congestionamento têm sido quebrados em São Paulo. Para quem mora na capital paulista, ou em outras metrópoles, é comum perder, pelo menos, uma hora ou mais no trânsito todos os dias. Para quem não mora em cidades grandes, sempre existe um dia em que há um congestionamento, alguém que corta a preferencial ou falta de vagas para estacionar. Isso pode ser um fator que gera nervosismo e raiva, além de aumentar o cansaço e o estresse causados pelo dia-a-dia.
“A causa da irritação é porque o ser humano está sendo bloqueado na manifestação de um desejo seu. No caso, o desejo de sair do congestionamento, de chegar em casa ou de estacionar. Esses bloqueios das vontades é que o faz o ser humano perder a calma”, comentou Vitor Caruso Jr., do Ciência Meditativa, em Curitiba, no Paraná. A repressão dos desejos a um estado de consciência alterado, fazendo com que as emoções fiquem fora de controle.
O sofrimento também pode vir da expectativa de um futuro próximo. O professor de Yoga e meditação Dada Diipa, do Centro de Yoga e Meditação Ananda Marga, em São Paulo, disse que o homem não consegue viver o momento. “As pessoas ficam estressadas no trânsito porque não vivem o presente, sempre pensam em estar em outro lugar, em um tempo futuro bem próximo”, falou.
A professora e fonoaudióloga Simone Rosana Fracisco Saldo, de Curitiba, era uma sofredora no trânsito. “Eu ficava estressada com o trânsito. Se demorava demais para chegar a algum lugar, principalmente, quando estava atrasada para buscar alguém, ficava muito nervosa”.
Mente calma com mantras
A meditação é uma ótima saída para conseguir enfrentar o trânsito ou qualquer estresse que possa tirar a pessoa do eixo. A prática pode ser feita durante um congestionamento, mas para conseguir melhores resultados, é melhor que se medite todos os dias.“Você deve olhar a meditação como um instrumento de conhecimento interior. Depois de um tempo, você começa a conhecer seus sentimentos e pensamentos e consegue lidar melhor com os próprios desejos, que são a causa da raiva”, afirmou Vitor.
Simone aplica as técnicas de meditação na vida e no trânsito. “Eu faço prática de meditação diariamente e também medito sempre que dirijo. Depois que comecei a meditar, a situação mudou completamente. Eu estou mais tranqüila, aprendi a respirar quando alguma coisa dá errado no trânsito e até ter compaixão do outro que corta sua frente na rua”.
Quem acha que não consegue tirar os pensamentos da mente, especialmente enquanto está no carro, há outras maneiras de se concentrar. “Esse tempo que seria desperdiçado pode ser usado para rever um determinado tema, ouvir uma palestra, um CD de poesias. Desse modo, a pessoa torna essa condição de suposta prisão em condição de liberdade, usando o tempo para evoluir o espírito, o que não deixa de ser, também, uma prática de Yoga”, disse Vitor Caruso.
Dada Diipa também sugere se concentrar em outros fatores. “Faça uma meditação e aceite a situação que está vivendo no momento. Use o tempo para buscar o conhecimento, entoar ou escutar um CD de mantras. Respire, conecte-se com sua consciência interior e experimente a calma”, falou Dada.
A meditação em si
Para aqueles que querem se aprofundar na interiorização ou já têm o costume de aquietar a mente, há técnicas mais complexas de meditação que podem ser realizadas dentro do carro. “A pessoa deve desenvolver a respiração. Segundo o Satipatthana Sutta (Fundamentos da Atenção Plena) do Buda, a meditação é feita em quatro aspectos: a meditação das perspectivas do corpo, dos sentimentos, do fluxo mental e dos objetos da mente. O Sutta usa a respiração para que a pessoa possa perceber o que acontece em cada um desses aspectos. Você trabalha a atenção naquilo que você está produzindo, no caso, dirigindo”, comentou Vitor.
Mas muito cuidado. A meditação no trânsito não deve ser feita como é realizada normalmente, para não causar acidentes. “É preciso estar atento ao trânsito, ao mesmo tempo em que busca a tranqüilidade. Viver no presente, aceitar que não tem controle sobre a situação e desfrutar de um estado mais calmo dentro de nós é o fundamental. Nós temos muito potencial de buscarmos o nosso conhecimento”, comentou Dada Diipa. “Não feche os olhos, nem faça relaxamento, nem visualizações. Não precisa estar com as mãos fora do volante para recitar mantras. Apenas foque na plena consciência. Realize os atos simples com outro nível de consciência. Dessa forma, vai conseguir se acalmar ou nem mesmo chegar às raízes da irritação”, finalizou Vitor Caruso.



Encontre-se em casa

Dicas para criar um jardim ou espaço de meditação no seu lar.

Com todo o estresse que a vida moderna nos traz, a meditação nos proporciona um resgate da harmonia e do equilíbrio interior, além de nos ajudar a resolver problemas internos. Para meditar, precisamos de relaxamento e concentração. O psicólogo Leonardo Mascaro afirma que a meditação não é uma técnica. “É um estado de atividade cerebral, estado de consciência, quando o cérebro produz maior atividade de ondas alfa e theta, levando a um relaxamento e a um mergulho no seu espaço interno. Dessa forma, traz maior abertura entre o consciente e o subconsciente, viabilizando o autoconhecimento e a mudança”. Mas a maioria das pessoas tem dificuldade em encontrar a concentração e o relaxamento necessários. Muitas vezes, você procura um local tranqüilo, harmonioso, que crie um ambiente propício para entrar em sintonia com o eu interior e silenciar a mente, mas não encontra. “Para relaxar, precisamos nos distanciar do mundo, esquecer do nosso cotidiano. O espaço para meditação facilita este distanciamento”, disse Mascaro.
Espaço em casa
Esse espaço pode ser montado em um jardim ou um cantinho da sua casa com algumas mudanças simples. Para começar, deve-se escolher um local tranqüilo, onde não haja barulho, nem interrupções. O silêncio e a temperatura são fatores importantes para uma boa concentração. Devemos lembrar que não pode haver muita circulação de pessoas no local, para não haver influências de energia. Se o espaço for provisório, é recomendado que se purifique o local. Uma mesa coberta com uma toalha, vaso com flores, tapetes, almofadas, incenso e velas para deixar o local como um lugar de adoração ao divino, de encontro com o místico. A terapeuta Ayurveda Márcia de Luca diz que cada pessoa deve fazer aquilo que gostar: “Para se fazer um espaço de meditação, é necessário apenas ter um local e vontade. Cada um é único e deve usar como decoração objetos e elementos que remetam a algo positivo”.
Altares
O altar é um dos elementos, geralmente, presente em espaços para prática de yoga e meditação. As estátuas, fotos e mandalas são colocadas de acordo com a crença de cada um. Segundo a Vedanta, “O altar representa o altar do coração. Este altar deve ser dedicado ao Espírito Supremo que é a Alma de nossas almas e cuja natureza é a Existência Absoluta. O altar é dedicado à luz refulgente do Sol da Infinita Sabedoria que dissipa as trevas da ignorância de coração humano e cujo nome é o eterno verbo “Om”. Não indica algo individual, mas sim, o Infinito Espírito que é a origem de todas as manifestações pessoais e Encarnações Divinas. Um adorador de Cristo deve imaginá-Lo colocado sobre este altar; um devoto de Buda, Krishna, Shiva, Vishnu, Yavé, ou Alá, deve pensar que seu Ideal ocupa esse altar simbólico de coração. Da mesma forma, o fiel a Sri Ramakrishna, a Sai Baba, ou à Divina Madre, ou ao Espírito Supremo, com qualquer nome que seja, deve colocar igualmente seu ideal nesse altar. Em cada caso, deve recordar sempre que este altar é como o símbolo do coração do devoto”. A terapeuta corporal e personal trainer Érica Sanfelice, 30, montou um altar há oito anos em seu quarto. “Uso ele para meditar e praticar yoga. Meu altar está crescendo cada vez mais, porque coloco nele todas as coisas que me inspiram”, contou.
Manter um espaço como esse em casa é importante para melhorar a prática da meditação. “O local ajuda você a ter mais disciplina. Você começa a gostar de ficar ali, e se dedica cada vez mais”, comentou Márcia. “Outro motivo é que a prática gera uma energia da egrégora da meditação cada vez mais forte, melhorando a concentração”. Érica concorda com o poder espiritual do local. “Comecei com um Budha e o altar foi crescendo. Resolvi ter um local de meditação para me lembrar do divino. Toda vez que passo por ele, faço reverência. Conforme você medita você vai dando força ao altar, tornando-o cada vez mais sagrado”. O importante, então, não é se prender aos modelos pré-moldados de espaços zen ou altares. O essencial é montar um cantinho confortável, com elementos que gerem atitudes positivas e que o façam sentir preparado para entrar em contato com você. “O altar é uma ferramenta importante. Uma conexão de amor, de adoração, de conexão com o seu dia”, finalizou Érica Sanfelice.





1- Medite com o cordão yogi

Aumente a concentração usando o japamala

No mundo moderno, a maioria reclama que não tem tempo para nada e que é muito difícil esvaziar a mente e meditar. Na verdade, existem várias formas de se concentrar, uma delas é usar um cordão específico de meditação chamado japamala. Japa quer dizer repetição e mala, cordão.
O yogi Pedro Kupfer explica em seu livro Yoga Prático que, para auxiliar a manter o ritmo durante a prática, e também para contar o número de repetições, utiliza-se esse colar que geralmente, tem 11, 24, 27, 54 ou 108 contas. Há ainda uma conta extra, chamada meru, que representa o eixo do mundo, símbolo igualmente da sushumna nadi, ou o próprio mestre.
Em termos de diâmetro solar, a distância entre o Sol e a Terra é de 108 vezes o diâmetro do Sol. A distância média entre a Lua e a Terra é de 108 vezes o diâmetro lunar. Simbolicamente, fazer uma volta de japamala equivale a fazer uma jornada pra o céu. Como parte da correspondência entre o que está embaixo e o que está acima, 108 é também a metade do número de grupos de hinos do Rig Veda . Simbolicamente falando, 108 é o número que representa a região média (antariksha) entre o céu e a terra. Desta forma, as 108 contas do mala representariam um número equivalente de degraus que nos levam à realidade transcendental.
Materiais naturais como o sândalo, rudráksha, (tipo de semente), cristais, pedras, são os mais comuns na confecção do japamala. O ideal é que cada um tenha o seu. “O cordão é individual, pois você impregna nele sua energia da oração, da concentração, da meditação. Você pode fazê-lo ou comprar pronto em lojas indianas”, explica a professora Jussara Rodrigues, do Kedhara Yoga, de São Paulo.
Segundo ela, a repetição de mantras usando as contas tem o princípio de elevar a mente e concentrá-la num campo de energia maior. Por exemplo, o Om é considerado o som primordial, do silêncio, potencializa a energia da vida, é o melhor mantra para iniciantes.
O texto Kularnava Tantra adverte: “um mantra que tenha sido infundido com vitalidade será definitivamente proveitoso. Sem dar vida ao mantra, sua repetição em forma de combinação de alfabetos nunca dará nenhum poder psíquico, mesmo que o japa se faça milhões de vezes ou indefinidamente. Isto abre o nó do coração, fortalece os órgãos internos, provoca lágrimas de felicidade e emociona profundamente o praticante”.
Agehananda Bharati, swami ocidental e professor de antropologia, já falecido, observou que “o mantra só é um mantra quando foi transmitido por um mestre a um discípulo durante um rito de iniciação. Portanto, a sílaba sagrada Om não é um mantra para os não-iniciados. É só a iniciação que lhe confere o seu poder mântrico. Essa informação também é reconhecida pelo Mantra-Yoga-Samhita (1.5), do século 18 d.C.
O ideal seria praticar a meditação com o japamala, pelo menos, uma vez por dia. A indiana Amma, conhecida como a Santa dos Abraços, diz: “Decidir recitar o mantra um certo número de vezes diariamente ajudará a nutrir o hábito de fazer japa. Nós sempre deveríamos manter uma mala (rosário) conosco para fazer japa. Nós deveríamos decidir cantar um rosário diariamente. Nós sempre deveríamos repetir o mantra em nossas mentes enquanto caminhamos, dirigimos ou trabalhamos”.
A professora Jussara Rodrigues explica que a meditação com mantras traz vários benefícios: “O som tem uma capacidade imensa de condicionar a consciência, move a mente e o coração e por isso é um instrumento terapêutico para curar a mente, influenciando-a e reprogramando-a, permite mudar o tipo de vibração da consciência”.
No texto Mantra-Yoga-Samhitâ, compêndio do século 17 ou 18, dividido em dezesseis partes para explicar o Mantra-Yoga, a 14ª é sobre o japa, a repetição, que pode ser de três tipos: mental (mânasa), silenciosa (upâmshu) ou em voz alta (vâcika).
Para começar é mais fácil fazer o Japa em voz alta e com ritmo: assim ajuda a concentrar a mente. Por isso, quase sempre, começamos as práticas fazendo o mantra Om e após alguns minutos de vocalização, o pensamento fica mais focalizado e internalizado.
Georg Feuerstein, no livro A tradição do Yoga, ressalta que “nesta nossa época, em que os mantras são divulgados e vendidos a granel, talvez convenha lembrar que eles se originaram num contexto sagrado. No decorrer das eras, O Mantra-Yoga sempre foi apresentado como o mais fácil das vias de Realização. No entanto, é e vidente que este Yoga é, em última análise, tão difícil quanto qualquer outro. A repetição mecânica de um mantra, especialmente por parte de um não-iniciado, não conduzirá jamais à iluminação ou à felicidade. Paradoxalmente, é preciso uma atenção intensa para transcender o jogo das atenções e realizar o supremo Ser-Consciência-Bem-Aventurança. O Mantra-Yoga exige o mesmo auto-sacrifício que todas as outras formas de Yoga".
Para ter um japamala personalizado, você pode optar em fazer o seu próprio colar. A professora Jussara Rodrigues ensina: “Vá em uma loja de sementes e escolha as que te atrairem pela cor, formato, e que tenham furo. Não esqueça de escolher uma maior para fazer o meru. Escolha um fio de linha de algodão para passar as 108 contas e em cada uma que colocar no fio repita mentalmente o mantra Om trazendo paz para dentro e ao redor de você em cada gesto. Feche o cordão com a conta maior formando a 109. Ao final sente-se confortavelmente, segure o Japa com o dedo do meio e polegar e passe cada semente, uma a uma, recitando o mantra Om de forma sonora em todo o Japamala, de forma contínua e tranqüila, de olhos fechados,concentrado. Dedique este Japamala a uma divindade ou a um mantra (Shiva ou Ganesha por exemplo) para que toda vez que fazê-lo reforce a energia representada por esse Deus ou energia, e a reforce dentro de você. Após muitas milhares de repetições o japamala ficará impregnado dessa energia e só o fato de pegá-lo trará essta força para você”.

Opções de Bija Mantras (sons semente) para meditar com o Japa:
SHRIM – saúde, beleza, criatividade, prosperidade, fortalece o feminino
RAM – proteção divina, produz força, calma, paz

2- Japamala para suas orações

Ele é utilizado para ajudar na marcação dos mantras e, por isso, aumenta o poder da de concentração na meditação. Aprenda como fazer seu próprio cordão.
Objeto antigo de devoção espiritual, o Japamala é um rosário muito utilizado como marcador nas orações. Com ele, a repetição de um mantra torna-se mais suave, leve e sem interrupções. Afinal, a preocupação com a contagem fica em suas mãos: são tradicionalmente 108 contas que giram em torno de uma conta maior, a representante da divindade evocada. “Os ocidentais são muito focados na parte externa. Então, é importante um auxílio palpável, para que a pessoa consiga interiorizar a oração”, disse Jussara Rodrigues, professora de Yoga da Bioritmo.

Assim como o terço é utilizado no Catolicismo, no Budismo e no Hinduísmo, o Japamala é o elemento para a contagem dos mantras. Com ele, o poder de concentração na oração é maior, mesmo porque é preciso alcançar o ideal cabalístico – 108. “Um dos motivos é que a soma dele dá o número nove, sagrado para os hindus (1 + 0 + 8 = 9). As razões continuam, porque o alfabeto sânscrito é constituído de 54 letras ou fonemas masculinos, mais 54 femininos, somando um total de 108 fonemas e, na astronomia, o diâmetro do Sol é aproximadamente 108 vezes o tamanho da Terra”, afirmou a instrutora de Yoga Sandra Regina Galvão.
Ao rezar sempre com seu Japamala, você agrega energia espiritual nele, o que o torna um objeto sagrado que protege quem o usa. “Muitos adeptos utilizam o cordão no pescoço, pois nele já está contida a energia da devoção depositada”, disse Jussara Rodrigues.
Faça seu Japamala
Para Jussara Rodrigues, o Japamala não precisa ser confeccionado em um local sagrado, mas é essencial o respeito. “É um ato de energização. Por isso, deve ser feito com consideração, pois você não está aprendendo a fazer uma bijuteria. Ambientes calmos, silenciosos, íntimos, colaboram para o nível da concentração aumentar e, assim, a fabricação de algo tão especial não se torna em um ato automático, displicente”, afirmou.
A lista dos materiais utilizados para produzir um Japamala conta com cordão de linha de algodão, 108 sementes de açaí, madeiras ou pedras do mesmo tamanho (aproximadamente 10 milímetros para facilitar o manuseio) e 1 semente maior do mesmo material escolhido.
É muito simples produzir o seu próprio Japamala e os itens são facilmente encontrados. Basta pegar o cordão de linha de algodão, com o comprimento de aproximadamente um metro. Adicione as sementes, todas furadas no meio, para entrar no cordão. A cada conta aplicada, Sandra Galvão recomenda que seja dado um nó, para que, em caso de acidente, você não perca suas pedras.
Após a colocação das 108 contas, una as pontas do cordão e pegue a semente maior. Com ela, você passara as pontas unidas e fechará o seu Japamala. Essa pedra maior é chamada de Meru ou Guru, que é o objetivo da meditação. Para finalizar o seu Japamala, dê três nós fortes para que ele não solte. Você pode finalizar com um enfeite, fica a seu critério.
“O Guru representa o trajeto total e deve ser a última passagem a ser alcançada. Com o auxílio dessa ferramenta, a técnica fica mais focada, mas não impede que você disperse, pois a distração está em nossas mentes. Ele é apenas um apoio tátil”, comentou Sandra Galvão.
Mantras para entoar com seu Japamala
Existem vários mantras para executar com seu Japamala, tanto na mentalização quanto na verbalização. Aos principiantes, a meditação audível com o mantra universal OM é o mais convencional, pois com ele você controla o nível e a velocidade do som, percebe as vibrações e organiza a mente.
Passado o estágio inicial, mantras maiores podem ser entoados. Frases com pensamentos positivos, de amor e paz também fazem parte dessa técnica de meditação. Se você já tiver alcançado um bom nível de concentração, pode apenas mentalizar as frases que deseja que sejam realizadas.
“A persistência leva ao resultado. Se você meditar com o seu Japamala todos os dias no mesmo horário e no mesmo local, por cerca de 20 minutos, é possível trazer calma, distanciamento do mundo exterior, uma maior concentração, pois foi criada uma boa rotina para manter o ritmo do seu cérebro e corpo”, concluiu Jussara Rodrigues.



Mantras

O Om — a antiga sílaba sagrada — pode ser o único mantra que você necessite.



Sabedoria Espiritual

Mantras e cantos sagrados são compostos de palavras únicas, até mesmo de sílabas únicas; podem ser perfeitamente inteligíveis ou completamente misteriosos. Mantras de uma sílaba, conhecidos como bija (grão) mantras são fáceis de lembrar e recitar; são também os mais poderosos. Crê-se que, assim como um minúsculo grão contém uma árvore majestosa, a bija contém uma vasta quantia de sabedoria espiritual e força criativa. Um dos mais antigos e mundialmente conhecidos é o om. Já parou para pensar o que você canta durante a aula de yoga? Fica nervoso por estar cantando errado? O nosso guia te fornece traduções, informações históricas e clips de áudio para os cantos mais comuns.



1. Om
O Primeiro Shabda
Om, atualmente pronunciado como “Aum”, é uma afirmação da presença do Divino, que é o universo e semelhante ao hebreu “Amém”. Há diversas maneiras de cantar o “Aum”, mas este contato irá lhe iniciar como um Shabda Yogi - cujo conhecimento obtido pela “tradução oral” - um dos que persegue o caminho do som em direção à plenitude e estados elevados de consciência.



2. Gayatri
Ser iIuminado pelo Som Sagrado
Om bhur bhuvas svaha
Thath savithur varaynyam
Bhargo dheyvasya dhimahih
Dhyoyonah pratchodhay-yath
Quando entoamos a palavra shabda, que está presente na terra, no paraíso, que está além - ao meditar esse glorioso poder, recebemos vida e pedimos para que nossas mentes e corações sejam iluminados.



3. Om Namah Shivaaya
Om Namah Shivaaya, Namah Shivaaya, Nama Shiva
Eu saúdo ao deus Shiva, ao pacífico que é personificado por tudo que é causado pelo Universo.



4. Bija Mantras
Nos bija (semente) mantras, cada semente é concebida pela forma de som de uma dinvidade hindu em particular e cada divindade é um aspecto particular do Asoluto (Brahman). É dito que uma grande árvore reside no interior da semente, então uma deusa ou deus reside em cada semente. Quando cantamos os bijas, definimos cada sílaba com a energia divina que representam.
Som: Lam
Ponúncia: Curve a ponta da sua língua para cima e para baixo e então a acomode na parte de trás da região superior da boca; pronuncie o som da palavra alam sem a ainicial a.
Consciência: Base da espinha
Som: Vam
Pronúncia:Posicione os dentes da parte superior na região inferior dos lábios e comece com uma consoante respiratória, de forma a imitar o som de um carro em alta velocidade. Pronuncie o mantra como "fvam."
Consciência:Genitais
Som: Ram
Pronúncia:Posicione a ponta da língua no céu da boca, enrole-a a consoante r e pronuncie o mantra como o início da palavra rampa. Consciência: Abdômen
Som:Yam
Pronúncia:Inspire pela boca e pronuncie a palavra iam; permita que a respiração se extenda além da resolução da consoante.
Consciência: Plexus Solar e área do coração
Som:Ham
Pronúncia:Inspire fazendo barulho com a boca e pronuncie o som da palavra yam; permita que o som percorra com a respiração para preencher a cavidade da boca e da garganta.
Consciência: Garganta
Som:Om
Pronúncia:Inspire pelas narinas e direcione o fluxo de ar ao ponto entre as sobrancelhas. Pronuncie o som enquanto alonga a sua expiração, de forma que escute um sussurro sutil. Isso permite que o som e a respiração ressonem na área cranial.
Consciência: Ponto entre as Sobrancelhas



Sinta a alegria

Você não precisa procurar para encontrar a felicidade. Ela já está aqui para ser experimentada a qualquer momento

Janet começou a reforma da cozinha cheia de medo, certa de que seria uma experiência difícil. Ssabia que ter padrões altos de exigência poderia fazer com que tudo desse errado, e provavelmente o projeto seria uma fonte de frustração. Então Janet decidiu que em vez de ficar no seu ciclo de raiva e impaciência, ela teria uma experiência mais positiva com a reforma.
Deixar clara sua intenção de sentir-se positiva a ajudou a compreender que a atitude que ela tinha em relação ao projeto determinaria não somente como ela se sentiria sobre o resultado, mas também quanto o processo seria recompensador. Ela entendeu que fazer amizade com os trabalhadores da obra seria um grande passo para apoiar sua percepção positiva.
Ela também argumentou que se poderia sentir satisfação à medida que o trabalho ia progredindo, então teria a mesma satisfação quando a cozinha estivesse pronta. Focou em ver o projeto por diferentes perspectivas a cada dia e isso lhe deu a chance de sentir-se feliz. Sua teoria provou-se verdadeira.
“Quando vejo o espaço, pego um copo d’água ou cozinho, sinto-me feliz. A casa toda me faz mais alegre e única”, reflete Janet. Para sua surpresa, a reforma tornou-se uma experiência alegre do início ao fim. Como tornar a temerosa reforma da cozinha, ou qualquer outra circunstância potencialmente difícil, uma experiência enriquecedora? Mudando o padrão da mente e do coração em relação ao bem-estar e aos sentimentos de alegria.Você não tem de criar a alegria; essa é uma qualidade inata que já está dentro de você, como a capacidade de caminhar ou de ser gentil.. Na verdade, a alegria verdadeira está disponível o tempo todo, você pode conscientemente cultivar isso e deixá-la acessível.
Todos temos nossa própria maneira de expressar alegria, que combina com nosso temperamento particular. De fato, a palavra “alegria” pode ser uma maneira de as pessoas simplesmente não se sentirem miseráveis. Aqueles que encontram “alegria” talvez prefiram outra palavra, “contentamento”, “deleite”, “felicidade” ou “vivacidade”.
Pessoas que são verdadeiramente felizes não são felizes o tempo todo. As dez mil alegrias e os dez mil pesares, para usar a prática taoísta, são partes da tapeçaria da vida. Ser alegre não significa parar de sentir a extensão completa da emoção humana. Muitas vezes, a vida é dura. Você fica chateado. Uma pessoa querida fica doente ou morre. Sente estresse nas suas relações, nas finanças ou em uma agenda lotada de compromissos.
Despertar sua alegria não significa negar uma dessas coisas. Ou melhor, aqueles que descobriram o segredo do bem-estar são capazes e centrados a ser completamente comprometidos, sejam quais forem as circunstâncias da vida. Embora você sinta uma sucessão de emoções, sabe que raiva, tristeza e medo são visitantes temporários. Com a prática, uma sensação de bem-estar pode tornar-se a linha de fundo que pode trazer mais que uma surpresa ocasional.
Coloque a felicidade em primeiro plano
Todos queremos ser felizes, mas muitos de nós não colocamos esse desejo como centro das nossas vidas. Pensamos que se tivéssemos sucesso, ou fôssemos ricos, ou bem-aceitos, a felicidade iria nos seguir. Mas para despertar a alegria natural, é essencial que conscientemente priorizemos a nossa intenção de ser felizes. Por exemplo, uma vez que Janet decidiu que queria que seu projeto fosse uma fonte de alegria, e não de frustração e ansiedade, ficou mais motivada a encontrar estratégias que iriam apoiá-la nessa intenção central. Quando deixamos clara nossa intenção para a felicidade, acessamos um lugar dentro de nós que quer ser verdadeiramente feliz.
O próximo passo é entender onde a verdadeira felicidade está. Para experimentar o bem-estar genuíno, Buda encorajou a desenvolver o que ele chamava de estados da mente saudáveis. Esses estados, como gentileza e generosidade, têm uma qualidade expansiva; abrem o coração e criam mais alívio para a mente. Olhar com honestidade para quais estados contribuem para o alívio interno, e então cultivá-los, é parte importante do processo.
Buda sugere acompanhar esses estados saudáveis e o natural estado de contentamento. Por exemplo, no meio de um casual ato de gentileza, você pode perceber o contentamento. Trazendo atenção plena às sensações geradas no corpo e na mente, você fortalece esse “contentamento conectado com o que é saudável”, como descreveu Buda. Mais do que “sentir-se bem”, aprende a reconhecer o que é sentir vontade de sentir-se bem.
Por exemplo, uma prática que Buda recomenda é desenvolver bem-estar na simplicidade, ou o que eu chamo de “a alegria de deixar-se ir”. Isso é particularmente relevante se você tende a encher sua vida de compromissos com os quais não consegue lidar. Simplicidade pode significar trazer mais equilíbrio para uma vida lotada e ocupada. Para usar a simplicidade como uma prática de alegria, conscientemente escolha dizer não para o próximo convite tentador, ou decida não adicionar mais uma tarefa “importante” à sua rotina..
Com alguma prática, você não somente pode sentir-se feliz no momento como também desenvolve alegria como uma resposta habitual. Em um discurso, Buda explicou como os hábitos são criados: “Qualquer que seja o pensamento do praticante que ele reflete, isso será uma inclinação para a mente”. Você estará fazendo tanto rotinas agradáveis quanto desagradáveis com os hábitos de pensamento repetitivos. A neurociência moderna corrobora com isso: por meio da repetição, você fortalece caminhos neurais positivos no cérebro. Ao dirigir a mente para os pensamentos associados ao bem-estar, você começa a mudar o pensamento habitual. À medida que pratica estar presente por alguns momentos de alegria, isso nutre o espírito, promove bem-estar e esses momentos naturalmente surgem.
Como Janet descobriu, “Mesmo em dificuldades e momentos desafiantes, há uma veia profunda de alegria sob aquele problema. Essa alegria é encontrada a qualquer momento que estou presente. Nunca experimentei essa alegria antes, mas agora sim. Aprendi a perceber uma alegria profunda em simplesmente estar viva”, diz.
James Baraz, professor e fundador do Centro de Meditação Spirit Rock, conduz o curso on-line Despertar a alegria (www.awakeningjoy.info) e escreveu um livro com o mesmo nome.

2 comentários:

  1. Namaskar

    Excelente seu blog , pratico Yoga e Meditação conheci o Dadadiipa nunca mais tive notícias dele , vc saberia onde esta o dada ?

    meu e-mail é leonardosp@ymail.com

    Namaskar

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  2. Somos da Editora e selo musical Via Interior e estamos lançando 2 novos livros de SS Dala Lama em função de ajudar o free Tibet, propagar o dharma de Buddha no Brasil na cultura de paz. Gostaria de receber os livros e divulga-los em seu blog que est bem legal, parabens..
    abs, Claudia Ferreira - 11 30886476

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