sábado, 19 de setembro de 2009

INFOGRÁFICO DAS RELIGIÕES

Por Rafael Gomes Moraes
(Texto adaptado do livro "Jesus e sua doutrina", de A. Laterre, editora Madras)

Visualize por um momento, você, como um benévolo missionário, em expedição por terras distantes com o objetivo de disseminar a boa-nova de seu culto. Chegando a certo ponto, se vê diante de uma tribo de selvagens que cultuam e prestam homenagens a uma entidade abstrata, que é considerada Superior e Criadora do tudo.

Essa entidade, ou o Deus desta tribo é representado por um boneco de barro ordenado envolto a um templo rude, onde seus seguidores se mostram em êxtase ao som de batuque e ataques coletivos de histeria ao ouvir a mensagem do líder espiritual da tribo.
O que fará você, caro amigo missionário?

Certamente procurará com tempo e jeito, persuadir com fundamentos ideológicos a necessidade de evoluir um conceito primitivo a uma filosofia mais moderna, no caso, seu Deus, seja Jeová, Buda, Alá, Cristo ou o Monstro do Espaguete Voador.

É possível, com o tempo, que a tribo se convença do quão estúpido era a adoração daquele boneco de barro e adote o símbolo do missionário.

Admitamos, também, que ao longo do tempo, missionários de seu mesmo credo ou de diferentes, adentre e ensine com intervalos de tempo suficiente para que o pensamento de Deus verdadeiro se enraíze entre um missionário e outro na mente dos pobres selvagens.

O que acontecerá?

Ficará evidente, ao cabo de alguns anos, até mesmo séculos, que essa tribo que foi doutrinada pelo primeiro missionário (você!) sofrerá tamanhas revoluções na concepção do Deus proclamado que não mais será Um Deus, e sim vários Deus em uma filosofia de múltiplas interpretações.

Consideremos também, que em algum ponto da história das revoluções desta tribo, uma alma ou um grupo se tenha mantido fiel à doutrina de sua geração e tenha ensinado ela rigorosamente para seus filhos. O que acontecerá é que este grupo serão os fundamentalistas opositores das mudanças naturais que o tempo nos aguarda.

É, pois então, inquestionável, que essa variação natural do modo de conceber o "Deus único e verdadeiro" gere várias exegeses e conseqüentemente cismas por dividir o próprio Deus único em vários cultos e seitas inimigas, a ponto de se odiarem de morte.

Assim foi a gênese de todas religiões, mostrando evidentemente que religiões são reflexo de cismas e multiplicidade ideológica, não de um consenso unânime, mesmo aceitando que haja apenas Um Deus.

São tão variáveis as concepções de Deus único que os antropólogos tiveram que ordená-los em grupos para estudá-los. O Deus único e "verdadeiro" é representado em 5 grupos distintos e ao mesmo tempo complementares:

1. Deus como Entidade / Ser.
2. Deus como Substância.
3. Deus como Energia.
4. Deus como Fenômenos naturais.
5. Deus como Fenômenos psicológicos.

Do ponto de vista histórico critico, Deus como Fenômenos Psicológicos se mostra mais compreensível para entender as múltiplas exegeses. Esta premissa analítica também sofre com a divisão de sua concepção, já que por um lado há quem defender Deus como uma criação arbitrária humana (Ateísmo), e os que defendem que Deus é um fenômeno espontâneo da psique no desenvolvimento intelectual das comunidades primitivas. (ex:análise Junguiana).

Abaixo mostro um infográfico de minha autoria, e nele se encontra a relação entre as várias religiões do mundo. Estou sujeito a erros. Não tenho a pretensão de dizer que este infográfico é a verdade. Até o momento presente de meus estudos, estas são as melhores ligações que avaliei.



Referência:
História das Religiões, de Filoramo, Giovanni, Massenzio, Marcello, Scarpi, Paolo, Raveri, Massimo;
Tratado de História das Religiões, de Mircea Eliade;
As Máscaras de Deus, de Joseph Campbell;
Filosofias da Índia, de Heinrich Zimmer;
Uma História de Deus, de Karen Armstrong;
Cronologia da História do Mundo

Um comentário:

  1. Olá Cláudia, muito interessante sua pesquisa e sua forma de trazer as informações.

    Gostei muito desse infográfico das Religiões, mas não consigo visualizá-lo direito. Estou fazendo algo bem parecido para mapear historicamente alguns conhecimentos, e gostaria muito de poder entender o fio lógico que você usou para gerar este fluxograma.

    Como posso fazer para visualizá-lo, você pode postá-lo em uma definição maior?

    Muito Obrigado

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