quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alternativa pós-capitalista

Frei Betto

Os participantes do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, que estarão reunidos de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, acreditam que "um outro mundo é possível". Por que outro, se já temos este capitalista, neoliberal e globocolonizador? Este é o melhor dos mundos. Exceto para 2/3 da população mundial que vivem abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial.

Habitam o nosso planeta, hoje, 6,1 bilhões de pessoas. Só 2,1 bilhões desfrutam de condições dignas de vida. Os outros 4 bilhões padecem: 2,8 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza, o que significa que não dispõem de renda mensal equivalente a mais de US$ 60. E 1,2 bilhão vive abaixo da linha da miséria, porque possui renda mensal inferior ao equivalente a US$ 30.

A economia mundial está em desaceleração. Não vai crescer mais de 2,4% este ano, afirma o FMI. Nesse mar de pobreza, é ilusão esperar uma tábua de salvação neoliberal que venha das ilhas de opulência. Os muros dos campos de concentração da renda são altos demais para permitir a entrada da multidão de excluídos. Mas, são demasiadamente frágeis para impedir o risco de implosão. Há que buscar uma alternativa ao atual modelo econômico, antes que o desespero fomente ainda mais o terrorismo. E esta alternativa passa, necessariamente, por mudança de valores, e não apenas de mecanismos econômicos.

É, no mínimo, curioso constatar como a economia que se pretende científica e laica utiliza categorias religiosas, como a "mão invisível", de Adam Smith. É o caso do mercado, que parece ter sentimentos humanos, segundo os comentários de quem considera que, diante de tal fato, ele "reagiu bem" ou "retraiu-se". A ele, pode-se aplicar, na ótica neoliberal, o axioma dogmático: fora do mercado não há salvação

Texto completo no link http://br.geocities.com/mcrost10/fb01.htm

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