terça-feira, 27 de outubro de 2009

Paideia

Do significado original da palavra paidéia como criação de meninos, o conceito alarga-se para, no século IV a.C., adquirir a forma cristalizada e definitiva com que foi consagrado como ideal educativo da Grécia clássica.

Na sua abrangência, o conceito de paideia não designa unicamente a técnica própria para, desde cedo, preparar a criança para a vida adulta. A ampliação do conceito fez com que ele passasse também a designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além dos anos escolares. A Paideia, vem por isso a significar "cultura entendida no sentido perfectivo que a palavra tem hoje entre nós: o estado de um espírito plenamente desenvolvido, tendo desabrochado todas as suas virtualidades, o do homem tornado verdadeiramente homem" (Marrou, 1966: 158).

O termo também significa a própria cultura construída a partir da educação. Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude. Uma vez que o governo próprio era muito valorizado pelos gregos, a Paidéia combinava ethos (hábitos) que o fizessem ser digno e bom tanto como governado quanto como governante. O objetivo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e nobreza. Paidéia também pode ser encarada como o legado deixado de uma geração para outra na sociedade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paideia


Por educação, ou melhor, por formação, entende-se a capacidade não só de encontrar na alma de cada cidadão quais suas reais capacidades, suas qualificações, como despertá-las, aperfeiçoa-las e conduzi-las ao bom caminho. Segundo Platão, todo homem nasce com uma alma (psique) divida em três partes: o apetite, a coragem e a razão, que, por sua vez, materializam-se nas virtudes da temperança, valor e sabedoria. Cabe ao educador (arconte-pedagogo) fazer desenvolver uma delas (que se sobrepões às demais) e orientar o indivíduo a ocupar o seu devido lugar na sociedade.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/politica1.htm


"Se não buscarmos o impossível, acabamos por não realizar o possível"
Leonardo Boff

O mestre como fonte de inspiração

Uma projeção, uma trasnferência, ou uma contra-transferência?

O professor deve ser uma fonte de inspiração para o aluno, e não apenas um instrumento de propagação de cultura.Não acredito na relação com distanciamento. Espera-se que o professor chegue até o aluno, que identifique as suas dificuldades e suas potencialidades, sem empatia, isso seria impossível.
Acredito que todo ser nasce para ser grande, o que o limita são as suas próprias crenças. Interessante a frase de Leonardo Booff:"Se não buscarmos o impossível, acabamos por não realizar o possível"
Mostrar ao aluno que ele pode ousar pensar diferente,e que esse diferente pode nos trazer uma nova forma de pensar o mundo, é ao mesmo tempo perigoso para alguns,e uma forma de trabalho de outros.

Gerando uma realidade futura

Ser mestre... professor... guru... envolve uma enorme responsabilidade. Estamos desenvolvendo mentes.Tudo o que é plantado hj na mente de uma criança gera uma realidade futura. O que vc espera do futuro?Vc acha que o governo é corrupção, que a violência só vai aumentar,que o pobre não tem educação e nunca vai ter? O que vc deseja só depende de uma propagação de valores e pensamento conscientes.Toda nossa realidade pode mudar, mas vc tem que fazer a sua parte.Plante hj, em comportamentos e atitudes, o que vc quer ver amanhã.O governo de um país é o reflexo dos seus cidadãos, então se os cidadão não forem corruptos, o governo não o será. Os pobres só jogam lixo nas encostas por que eles não receberam informações sobre o prejuízo causado pelos seus atos.

O ensino na pós modernidade

Na pós modernidade,não se ensina ao aluno a pensar,a ousar, o ensino é apenas pautado no repasse de conhecimento. Desta forma não produzimos uma sociedade consciente mas uma sociedade de especialistas. Todos tem especializações dentro de uma determinada ciência.

Isso me faz perceber uma sensação de falta.Esta sensação pode ser interpretada como a ausência de um estado de plenitude, ou a falta de um espaço para se expressar, desenvolver potenciais desconhecidos, abertura para conceitos novos e ou desconhecidos. Os existencialistas falam do vazio da existência. Talvez essa vazio seja o reflexo desta relação dialéctica "individuo - mundo - indivíduo".

Tenho saudades dos potenciais que não desenvolvi, pois não havia ninguém para me dizer que eu poderia fazer o que parecia impossível aos olhos alheios.

Cuidado com a Normose....Segundo Michel Schimidt, Psicoterapeuta, normose é a doença de ser normal.


Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciaçã o e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença?
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.



Michel Schimidt
Psicoterapeuta

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por
aqueles que não podiam escutar a música."
Friedrich Nietzsche

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