domingo, 26 de julho de 2009

Gnose




O objetivo da Gnose (ou ciência do autoconhecimento revelador) não é algo que se apóia em quimeras insubstanciais ou heresias dogmáticas, como pretenderam entender os servos do dogmatismo religioso de todos os tempos. Muito pelo contrário, a Gnose foi, é e sempre será o SUMMUM DO CONHECIMENTO ETERNO...


O objetivo da Gnose (ou ciência do autoconhecimento revelador) não é algo que se apóia em quimeras insubstanciais ou heresias dogmáticas, como pretenderam entender os servos do dogmatismo religioso de todos os tempos. Muito pelo contrário, a Gnose foi, é e sempre será o SUMMUM DO CONHECIMENTO ETERNO, que permitiu a todas as formas filosóficas, místicas ou religiosas adentrar no terreno das verdades absolutas e, deste modo, oferecer à humanidade um caminho a seguir para chegar ao reino imutável da verdade.

É certo, como bem expôs o V. M. Samael Aun Weor, que a verdade é “o desconhecido de momento em momento e por isso apóia-se na profunda intimidade de cada ser humano”.



A VERDADE, entendida como tal, não poderia jamais estar presa em um livro ou ser pronunciada em um discurso, cada um deve evocá-la, criá-la e desenvolvê-la”… E, por isso, somente através de um esforço supra-humano, aqueles que perseveram na busca poderão um dia encarná-la e, desta forma, conseguir cristalizar, dentro de si mesmos, o mistério da ENCARNAÇÃO DO SER.

Cristalizar o SER da filosofia secreta não é questão de conceitos ou de pareceres ideológicos. Trata-se, pois, de uma disciplina voluntariamente assumida, praticada de uma maneira incessante até se conseguir, depois de múltiplos esforços físicos, éticos ou espirituais, sentir e vivenciar em nosso continente psicobiológico o tremendo realismo que conforma nosso espírito divino. Para se conseguir algo, é necessário conhecer a metodologia que há de nos levar a tal fim e, tratando de conseguir isso que é a raiz de nossa existência, isso que está além do tempo e da relatividade (com todas suas variantes), é óbvio que necessitamos de um guia sólido capaz de nos garantir o triunfo final como prêmio para nossas inquebrantáveis lutas.

É mais que suficiente dizer que não é nosso objetivo redefinir a Gnose, porque ela, em si mesma, é AUTO-SUFICIENTE, AUTODIDATA E AUTOCOGNOSCITIVA. Daí emerge a idéia de que “a Gnose pertence à intimidade sagrada de cada indivíduo”. Queremos apenas apontar, ante o veredicto solene da consciência pública, os parâmetros que identificam filosoficamente e metafisicamente as posturas que o gnosticismo de todos os tempos sustentou dentro do marco doutrinário



Sufismo




O Sufismo é um movimento místico islâmico que representa um distanciamento da aproximação legalista no Islã e tende a uma relação mais pessoal com Deus. Sublinha a importância de uma busca interior de Deus como complementar da ordenança exterior da “shariah” ou lei.

A palavra procede de “suf” (lã), porque os antigos narradores de histórias, a partir dos quais evoluiu o sufismo, usavam vestimentas de lã.

Os sufis perseguem como objetivo se perder na realidade última da divindade mediante a constante repetição do “dhikr” ou menção de Deus.
DHIKR é uma palavra árabe que significa “recordação” e se refere a prática sufi que implica na recordação de Deus, o canto dos nomes de Deus e a consciência da presença de Deus. Pode-se fazer silenciosamente ou em voz alta, só ou com outros. Para os sufis é um método de concentração espiritual esta repetição prolongada do nome de Deus. Com freqüência se utilizam ajudas como a música, um rosário, a dança e os exercícios sistemáticos de respiração. A prática está validada pelo Corão 33, 41: “Oh, crentes, recordai a Deus com freqüência e dai-lhe glória na aurora e ao anoitecer”.

Para os sufis, o dhikr é o ato do próprio Deus tanto como um ato humano. É Deus que invoca a si mesmo assim como é invocado por um crente.

O Islã outorgou tradicionalmente 99 nomes a Deus. Segundo o Corão, 7,179, “a Ele pertencem os mais belos nomes”. Alguns destes se referem a essência de Deus como Alá, o nome supremo que sobressai como único e “ar-Rahman”, o Misericordioso, que é, às vezes, quase equivalente a Alá. Outros nomes referem-se às qualidades de Deus, como “ar-Rahim”, o Compassivo, e “a o-Bari”, o Produtor. Outra divisão é: por um lado, os nomes de Deus que assinalam sua beneficência e por outro, os que assinalam seu julgamento e majestade.

A maioria dos nomes de Deus é encontrada no livro sagrado; no entanto, outros têm uma derivação não corânica. O nome supremo de Alá era corrente na Arábia antes da época do Corão mas seu significado foi transformado pelo Corão. Exemplos típicos de nomes de Deus são “a o-Haqq” (a Verdade), “a o-Ahad” (o Um), “a o-Hakam” (o Juiz), “a o-Quddus (o Santo), “a o-Kabir” (o Grande), “a o-Karim” (o Generosos), “a o-Wali (o Protetor), “a o-Wadud (o Carinhoso).

Algumas vezes a palavra “dhikr” é utilizada para designar uma cerimônia sufi em geral mas se refere especialmente à invocação do Nome Divino no coração da cerimônia.

Como se pode apreciar, esta prática esotérica se corresponde estreitamente com a “recordação do Ser” e com a “Consciência Superlativa do Ser” que mantidas de instante em instante conduzem ao despertar da consciência objetiva. De tudo isso nos fala o V.M. Samael:





O mais grave na vida é esquecer de si mesmo. Assim, é necessário transformar as impressões e isto só é possível interpondo o Ser entre as diversas vibrações do mundo exterior e a mente. Quando se interpõe entre as impressões e a mente isso que se chama a Consciência, é óbvio que as impressões se transformam em Forças e Poderes de Ordem Superior.

É muito fácil interpor a Consciência entre as impressões e a mente. Para receber as impressões com a Consciência e não com a mente, só se necessita não esquecer de si mesmo num instante dado. (...) Devemos estar concentrados no Ser, para que seja o Ser, a Consciência Superlativa do Ser, a que receba as impressões e as digira corretamente. Assim se evitam as horripilantes reações que todos, uns e outros, têm ante os impactos procedentes do mundo exterior. Assim se transformam completamente as impressões e transformadas, nos desenvolvem maravilhosamente.



Porque se alguém esquece de seu próprio Ser Interior na presença de um insultador, termina insultando; se alguém esquece de si mesmo, de seu próprio Ser, na presença de uma taça de vinho, termina bêbado; se alguém esquece de si mesmo, de seu próprio Ser na presença de uma pessoa do sexo oposto, termina fornicando.

Quando alguém aprende a viver em estado de Alerta Percepção, de Alerta Novidade; quando alguém recordas de si mesmo de instante em instante, (...); quando alguém jamais esquece de si mesmo, indubitavelmente vai se tornando consciente.

Em tempos de rigorosa tentação, abatimento e desolação, alguém deve apelar à íntima recordação de si mesmo.

No fundo da cada um de nos está a Tonantzin asteca, a Stella Maris, a Ísis egípcia, Deusa Mãe, nos aguardando para sanar nosso dolorido coração.

Quando alguém dá o choque da «Recordação de Si», se produz realmente uma mudança milagrosa em todo o trabalho do corpo, de modo que as células recebam um alimento diferente”.



Recordemos que o sábio maiorquino Raimundo Lúlio (1235-1315) em seu “Livro dos Cem Nomes de Deus” estabelecia o método dos grandes mestres espirituais do Islã: o Dhikr, para pôr o místico em contato direto com sua Divindade.

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