segunda-feira, 6 de julho de 2009

Cosmogonia Zaratrustriana ....o bem e o mal



Cosmogonia
Na doutrina zaratustriana, antes de o mundo existir, reinavam dois espíritos ou princípios antagônicos: os espíritos do Bem (Ahura Mazda, Spenta Mainyu, ou Ormuz) e do Mal (Angra Mainyu ou Arimã). Divindades menores, gênios e espíritos ajudavam Ormuz a governar o mundo e a combater Arimã e a legião do mal. Entre as divindades auxiliares, como consta no Avesta a mais importante era Mithra, um deus benéfico que exercia funções de juiz das almas. No final do século III d.C, a religião de Mithra fundiu-se com cultos solares de procedência oriental, configurando-se no culto do Sol.

Arimã é representado como uma serpente. Criador de tudo que há de ruim (crime, mentira, dor, secas, trevas, doenças, pecados, entre outros), ele é o espírito hostil, destruidor, que vive no deserto entre sombras eternas. Ormuzd, no entanto, é o Criador original, organizador do mundo de modo perfeito.

Ahura Mazda é representado também como o divino Lavrador, o que mostra o enraizamento do culto na civilização agrícola, na qual o cultivo da terra era um dever sagrado. No plano cosmológico, contudo, ele é o criador do universo e da raça humana, com poderes para sustentar e prover todos os seres, na luz e na glória supremas.

Bem e Mal não são apenas valores morais reguladores da vida cotidiana dos humanos, mas são transfigurados em princípios cósmicos, em perpétua discórdia. A luta entre Bem e Mal origina todas as alternativas da vida do universo e da humanidade. A vitória definitiva de Ormuzde sobre Arimã só poderia ocorrer se Zaratustra conseguisse formar uma legião de seguidores e servidores, forte o bastante para vencer o Espírito Hostil, e expurgar o Mal do universo. Nesse sentido, Bem e Mal são princípios criadores e estruturadores do universo, que podem ser observados na natureza e encontram-se presentes na alma humana. A vida humana é uma luta incessante para atingir a bondade e a pureza, para vencer Angra Mainyu e toda a sua legião de demônios cuja vontade é destruir o mundo criado por Ahura Mazda



O eneagrama de Zoroastro
É um símbolo antiquíssimo formado por nove linhas que se ligam dentro de uma circunferência. Os pontos onde as linhas tocam o círculo são numerados de 1 a 9, daí o significado da palavra em grego – “nove pontos”. Ninguém sabe ao certo sua origem, mas estima-se que tenha mais de 2500 anos. Zoroastro e Pitágoras debruçaram-se sobre ele, mas foi o russo G.I. Gurdjieff o sábio que mais se dedicou a seus mistérios. Segundo J.G. Bennett, autor de O Eneagrama (Pensamento-Cultrix), esse desenho mítico possui significados e aplicações diferentes, em vários campos do conhecimento. Em determinadas regiões da Ásia, é utilizado para prever o futuro. No Ocidente, serve a estudos da personalidade, ajudando a identificar qualidades e fraquezas nas pessoas. Para alguns psicólogos, cada um dos nove pontos representa um padrão de comportamento (o metódico, o generoso, o sofredor etc.). “É possível identificar a motivação básica de um indivíduo, uma fixação do ego que acontece muito cedo na vida, de forma inconsciente”, afirma Nelson Mariz de Lyra, professor de eneagrama no programa de MBA da Universidade de São Paulo. “O eneagrama é um instrumento muito prático, mas ainda trata de traços gerais, pois cada pessoa é única.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário